Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala. Vamos lá então ao mote da semana. Mas antes, há que enquadrar o assunto e saudar a feliz coincidência.
Pois é bem verdade que se celebram, no próximo 6 de Maio, os 500 anos da chegada de Arnaldo Gáspea ao Brasil.
Arnaldo Gáspea, o industrial de Arronches, deixou de forma indelével e fraterna uma marca igualmente, menos o fraterna, na História do país irmão, que na altura ainda não era.
Os célebres feitos que o tornaram célebre, os prestigiosos sucessos que lhe granjearam o prestígio, os famosos acontecimentos que lhe justificam a fama, para não mencionar as inúmeras menções que lhe são feitas nas mais variadas enciclopédias e almanaques, atestam-no até acima.
É nessa conformidade, uma vez mais, que vos anuncio o mote para a semana de 1 a 8 de Maio que agora entra:
Pois é bem verdade que se celebram, no próximo 6 de Maio, os 500 anos da chegada de Arnaldo Gáspea ao Brasil.
Arnaldo Gáspea, o industrial de Arronches, deixou de forma indelével e fraterna uma marca igualmente, menos o fraterna, na História do país irmão, que na altura ainda não era.
Os célebres feitos que o tornaram célebre, os prestigiosos sucessos que lhe granjearam o prestígio, os famosos acontecimentos que lhe justificam a fama, para não mencionar as inúmeras menções que lhe são feitas nas mais variadas enciclopédias e almanaques, atestam-no até acima.
É nessa conformidade, uma vez mais, que vos anuncio o mote para a semana de 1 a 8 de Maio que agora entra:
“Oh Arnaldo, és um bacano!”
Pode ser?
Então, boa sorte e até breve.
Então, boa sorte e até breve.
vá lá que o primeiro de maio
ResponderEliminaré só uma vez por ano
aproveito para dizer
oh Arnaldo és um bacano!
e como é dia feriado
e de festa consagrada
como está tudo fechado
também não digo mais nada.
e o meu nome é Narciso
escrevo de Sacavém
qualquer coisa for preciso
deixem recado, está bem?
Estimados senhores, junto envio a poesia que escrevi a propósito e em memória de Arnaldo Gáspea. Aproveito para saudar o professor Saraiva por, tão oportunamente, se ter lembrado da efeméride de tão ilustre figura da História nacional do nosso país, Portugal.
ResponderEliminarBem haja, professor e que nunca lhe doa nada!
... ... ...
Há doutores e engenheiros
Da igreja e obras feitas
Que nos curam dos defeitos
Que nos saram das maleitas
Há doutores de bem falar
Seja qual for o dialecto
Seja qual for o lugar
Debaixo de qualquer tecto
Há mentes industriosas
Psiques hiperactivas
Algumas ficam famosas
Por razões muito objectivas
Há espíritos de iniciativa
Que fazem com que aconteça
E mulas da cooperativa
Aos coices e sem cabeça
Mas este Arnaldo é diferente
Saiu de Arronches sozinho
E fosse o que viesse pela frente
Ele sempre dava um jeitinho
E foi esse jeito afinal
Que por fim o fez famoso
Não fez nada em especial
Mas foi um rapaz jeitoso.
É por isso que ainda agora
Já passado tanto ano
Toda gente ainda o adora
Oh Arnaldo, és um bacano!
... ... ...
Chamo-me Gaspar, mas as pessoas chamam-me IôIô. Não sei porquê, mas respondo na mesma.
A morada é a mesma.
D. Alcino Magalhães Saraiva
ResponderEliminarAceitai, Senhor, o singelo poema que vos mando, dedicado à memória do tão grande Arnaldo que da Gáspea foi.
Os meus respeitos
Lianor d’Almeida Morena e Alancaste, Marquesa d’Amorna, Assumar
Cala-te tu, Colombo, e tu, Vespúcio!
... A glória, dizeis vós, mas qual o quê!
E tu também, Cabral! Qual carapúcio,
és chão que já deu uvas, bem se vê.
O engenho, diz você? Pois, sim, aguce-o,
pouco lhe vale já, já que, Cartier,
eu canto um peito ilustre do camano:
Arnaldo de seu nome – e é um bacano!
De Arronches partiu ele, era uma hora;
fez-se à fúria do mar e, sem temor,
chegou onde quis. Não sem demora,
mas isso não lhe tira o seu valor,
que não era nessa altura como agora:
tudo à vela, nem sequer era a vapor,
era o vento a assoprar naquele pano,
e o Arnaldo no timão, era um bacano!
Era vera fera e homem verdadeiro
e vera era a cruz que ali plantou.
‘Inda o Brasil não era brasileiro
quando Arnaldo brasileiro lá chegou,
e tendo achado o clima prazenteiro
decidiu por lá ficar e lá ficou,
e nunca mais saiu, se não me engano…
Arnaldo, grande Arnaldo, és um bacano!
Mandou então que fosse Carnaval
em vindo Fevereiro, que é bom mês
para ser Carnaval, porque Natal
já foi, não pode ser mais uma vez;
ou se pode, p’lo menos fica mal,
de modo que acho bem o que ele fez:
Natal e Carnaval, um só por ano!
Arnaldo, muito bem, és um bacano
Foi ele que inventou a capoeira
o choro e o pagode e o forró;
foi ele que um dia, na brincadeira,
criou o tacacá e o mocotó,
dois caldos que há na terra brasileira,
que um caldo, quando vem, nunca vem só…
Arnaldo é bem mais do que um fulano,
Arnaldo é um deus, é um bacano!
Grande Gáspea que és tu, do coração
de nós todos o herói mais eficaz;
que tendo tanta coisa aqui à mão
te foste, sem sequer olhar p’ra trás,
p’ra além do Carvoeiro. Nobre acção!
Grande Gáspea, é assim mesmo que se faz!
Por isso é que, Arnaldo, tão ufana,
te canto neste canto: sou bacana!
Olá, o meu nome é António Merda. Não estou a brincar, este é mesmo o meu nome e, se querem saber, já não o trocava por outro nenhum. Chamo-me António Merda e moro em Sesimbra.
ResponderEliminarEsclarecido este ponto, vamos à poesia...
... ... ...
E lá foi o porco etrusco
Como alguns já lhe chamaram
Foi de Arronches o patusco
No dia em que o despejaram
Foi de Arronches o patusco
Foi de Arronches o magano
Oh Arnaldo, és um bacano
Diz que arranjou uma herdade
E não tendo mais que fazer
No meio da tanta liberdade
Desatou a enriquecer
No meio de tanta liberdade
Diz que em Roma sê romano
Oh Arnaldo, és um bacano.
Transaccionou influências
Promoveu conspirações
Patrocinou prepotências
E encobriu escravidões
Patrocinou prepotências
Levou meio mundo ao engano
Oh Arnaldo, és um bacano
Essa é talvez a razão
Porque ainda hoje é lembrado
Para uns filho de um cão
Para outros consagrado
Para uns filho de um cão
Que lhes roeu osso e tutano
Oh Arnaldo, és um bacano.
És um bacano dos tais
Que a História com o seu esfregão
Limpa do que está a mais
Para deixar o campeão
Limpa do que está a mais
Com aguarrás e um pano
Oh Arnaldo, és um bacano.
...e acho que está tudo.Abraços e até sempre!
olá, professor saraiva, eu chamo-me tadeu ferreira da silva, embora seja mais conhecido, nos círculos literários que frequento (que são mais ciclos literários do que círculos literários, mas isso é conversa para outra ocasião…) por tadinho. de mim recebe agora um poema conceptual baseado (baseado é uma barcola no brasil, sabia? quer dizer, não barcola nesse sentido que você está a imaginar, mas no sentido mesmo duma ganzola prà carola, que é para rimar com barcola) no tema que você propôs. veja lá se grama. já viu que eu escrevo tudo com letras pequenas? é porque eu gramo mais assim. ah, já me esquecia, este poema foi feito num atelier de escrita criativa só com letras pequenas em que eu participei no outro dia. ciao.
ResponderEliminarsebastião é d’el cano
o ronaldo é um cristiano
o veloso é do caetano
oh arnaldo és um bacano
defeitos, não lhe encontrais
como thales e outros tais
só tem vinícios morais
arnaldo, tu és demais
verde, amarelo e anil
brasas mil e pau-brasil
gilbertos dois, joão gil
oh arnaldo, és um baril
um pedro que era cabral
foi dar à costa da gal
e pôs lá marcos no valle
oh arnaldo és tu o tal
(sim, arnaldo, és total)
banana era o milton antes
de ser depois nascimento
tal como o edson arantes
oh arnaldo, és um portento
sebastião é d’el cano
o ronaldo é um cristiano
o veloso é do caetano
oh arnaldo és um bacano
Pronto, aí vai. O poema que mando deu-me muito trabalhinho a fazer,por isso agradecia que o apreciassem e não mandassem palpites ordinários. Agradecido. Já agora, o meu nome. É Já Agora, mesmo, o meu nome.
ResponderEliminarJá Agora e Mais Logo Nunca e moro num buraco, desde que fui despejado da Buraca. É a vida, mas eu não me queixo. Já agora, não é...?
... ... ...
Zigurates azimutes zagalotes
Zeferinos zanzibares zodiacais
Zapatistas sem pistolas aos pinotes
Zaragatoas de tintura que arde mais
Xaropes e pachos quentes
Três xispes e um pé de porco
As chaputas são diferentes
Das sardinhas e outros peixes
Zigurates azimutes zagalotes
Zeferinos zanzibares zodiacais
Zapatistas sem pistolas aos pinotes
Zaragatoas de tintura que arde mais
Oh Arnaldo, deves estar
Aí p’ra contigo a pensar:
O tipo está-se a passar,
O tipo veio ao engano…
Oh Arnaldo deixa estar
Que eu estava só a brincar
Podia-me lá enganar…
Oh Arnaldo, és um bacano!
Estou a ver que o bailarico se está compor. Agora até já drógados mandam para aqui porcarias! Barcarolas e ganzolas e mais não quantos... E depois, logo a seguir, aparece-me logo o outro com os zagalotes e mais as chaputas e quem lhe espetasse com um tamboril nas ventas...
ResponderEliminarEu já tinha avisado! Tenho estado calada, mas já tinha avisado!
E não digo mais nada.
Oh arnaldo és um bacano
ResponderEliminarMas eras ainda mais
Bacano se m’orientasses
Aí 500 reais
Discretamente p’la surra
Dos lucros aí da roça
Que é p’ra eu comprar uma burra
P’ra me puxar a carroça
Oh Arnaldo és um bacano
Mas bacano mesmo a sério
Era se te tivesses deixado
Ficar no teu hemisfério
Quietinho e sossegado
Discretamente na boa
Em vez de ir para outro lado
Estragar a vida a uma pessoa
Oh Arnaldo és um bacano
Mas bacano era o marreco
Tu serás mais uma espécie
De eu a falar para o boneco
Que é o que estou a sentir
Desde que aqui cheguei
Eu até nem era p’ra vir
Mas pronto agora acabei
Daniel Núbio , mas tratam-me por Dan Núbio, o AZUL
Olá, o meu nome é Desidério Colaço e resido actualmente fora de Portugal, no Afeganistão, mais concretamente
ResponderEliminarA poesia que mando é tudo inventado. Quer dizer, eu não conheço Arnaldo nenhum. Aqui no Afeganistão chamam a isso "liberdades poéticas"! Estes chinezes são lixados para inventar provérbios. Bom, vamos lá a isto.
Saudades e obrigações.
... ... ...
Oh Arnaldo oh meu amigo
tu com que então por aqui
pode parecer que não ligo
mas eu nunca me esqueci
das patuscadas antigas
no quintal da tua casa
e daquela vez que caíste para cima das urtigas
quando já estavas com um grão na asa
bêbado que nem um toscano…
oh Arnaldo és um bacano.
Oh Arnaldo companheiro
eu podia lá esquecer
quanto mais não fosse pelo dinheiro
que ainda me estás a dever
daquela vez que ficámos
parados no meio da estrada
e até quase ao estalo andámos
porque tu embirraste que querias beber uma laranjada
e lá te piraste
numa boleia que arranjaste
de um mano…
Oh Arnaldo és um bacano
Oh Arnaldo tas fixe pá?
Diz-me lá o que tens feito
Tu sabes que em Massamá
Há um tipo que no outro dia me disse que tinha jeito
Fiquei sem saber para quê
Que entretanto veio o comboio
E sabes que um rato de biblioteca não lê?...
É verdade, quando vê um livro rói-o
Isso e charutos de habano
Oh Arnaldo és um bacano.
Caro Saraiva,
ResponderEliminarAssim muito à pressa, muito à pressa: tome lá um poema à última da hora, a ver se ainda consigo entrar no concurso. Como pode constatar, é um poema dramático, inspirado talvez em Molière, se bem que isso seja muito, muito, muito, muito, muito pouco provável…
Quero só acrescentar que me chamo Raúl Tima, e sou da (Boa) Hora.
Serão entregues, muito obrigado.
Poema dramático a 3 vozes:
O vate (com um olho torto,
E outro de carneiro mal morto):
Mesmo à última da hora,
vou prestar-te a homenagem
que acho que te é devida,
homem que foste de vida
como as já não há agora,
de fé, razão e coragem.
Mais sadino que o Elmano,
Oh Arnaldo, és um bacano!
Mesmo à última da hora,
deixo-te aqui o tributo,
senhor que foste do mar,
de quem soubeste domar
a fúria destruidora,
firme sempre e sempre astuto,
sim, arma virumque cano:
Oh Arnaldo, és um bacano!
O coro (todos de pauta na mão,
Com grande concentração):
Tanta graxa,
que laracha!
Que pilhéria,
que conversa!
Mas que graça,
que chalaça!
A verdade é bem diversa…
Que topete,
grande lata!
Ora aqui vai uma errata:
Naquele verso em que está
"de fé, razão e coragem",
devia antes estar lá
"café, sezão e pilhagem";
no outro, onde se lê
"firme sempre e sempre astuto",
o que lá fica bem é
"um burgesso, um grande bruto"...
Também há que corrigir
"Mais sadino que o Elmano".
Deve-se substituir:
"Mais franzino qu'ò camano".
E, por fim, em vez de ser
"sim, arma virumque cano",
eis o que se deve ler:
"à arma virou-se o cano".
E é assim, caro vate...
Pensa você: "Que dislate,
quanto falta de decoro,
que coro me bate o coro!"
Mas vá lá, não seja assim,
acredite, vá por mim,
sabe bem que o não engano!
Arnaldo (que entra na ocasião
saudando com um gesto da mão
uma inexistente multidão):
Eh pá, sou mesmo um bacano!