Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala. Hoje acordei com pássaros a cantar no meu quarto. O ar, que agitava as cortinas, arrastava-lhes o canto para dentro de casa, espalhando-o pelos corredores e pelas salas, numa harmonia perfeita. Foi quando reparei que era domingo e tocou o telefone.
Assim sendo, vamos lá.
O vencedor desta semana é, uma vez mais, um êzeco...
Assim sendo, vamos lá e agora é que é:
Assim sendo, vamos lá.
O vencedor desta semana é, uma vez mais, um êzeco...
Assim sendo, vamos lá e agora é que é:
Zé, Águas Pútridas, concelho de Estagnados
oh zé agasalha-te bem
não te armes em campeão
depois choras pela mãe
se apanhares uma constipação
olha que à noute arrefece
arrefece e cai geada
depois um tipo adoece
e já não presta p'ra nada
fica na cama a criar
musgo e fungos no cu
'tás-t'a ver nesse lugar?
diz-me lá, estás-te a ver, tu?
por isso p'ra prevenir
tu abafa-te a rigor
podes sempre depois despir
qualquer coisa se tiveres calor.
oh zé agasalha-te bem
não te armes em campeão
depois choras pela mãe
se apanhares uma constipação
olha que à noute arrefece
arrefece e cai geada
depois um tipo adoece
e já não presta p'ra nada
fica na cama a criar
musgo e fungos no cu
'tás-t'a ver nesse lugar?
diz-me lá, estás-te a ver, tu?
por isso p'ra prevenir
tu abafa-te a rigor
podes sempre depois despir
qualquer coisa se tiveres calor.
(vai a verde, que é a cor dos louros da vitória e vence pelo pragmatismo demonstrado)
Angeolilo Sim-Sim Cansado, Elvas
"Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Só quero o teu bem, meu bem
Que em vindo escuro anoitece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem:
Quando vem frio arrefece.
Também te quero tão bem
Que tal bem nunca me esquece!"
"Tu foge ao frio da manhã,
Que quase sempre aparece
Quando aparece a manhã
Na altura em que amanhece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem
E sabe quem me conhece
Quão bem eu conheço bem
Quando a manhã amanhece."
"Zé, agasalha-te bem,
Que de frio, ao que parece,
Quem não se agasalha bem
Sofre muito e até perece..."
"Eu sei, Maria, eu sei bem,
É raro mas acontece.
E quem perece, meu bem,
Some-se e desaparece!..."
"É o que creio também,
Que em morrendo se falece.
Põe a samarra, meu bem,
Só por se o diabo as tece..."
"Sim, e as luvas também,
Que nunca as luvas esquece
Alguém como eu, a quem
Tanto o frio o arrefece..."
"Vai, Zé, que a noute lá vem,
Vai, que o dia se anoitece.
Tarda nada a minha mãe
Ainda aqui aparece..."
"Quem, dizes tu? Tua mãe?
Ui, como a noute arrefece!
Melhor que me vá, meu bem!
Depois mando um sms..."
Angeolilo Sim-Sim Cansado, Elvas
"Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Só quero o teu bem, meu bem
Que em vindo escuro anoitece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem:
Quando vem frio arrefece.
Também te quero tão bem
Que tal bem nunca me esquece!"
"Tu foge ao frio da manhã,
Que quase sempre aparece
Quando aparece a manhã
Na altura em que amanhece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem
E sabe quem me conhece
Quão bem eu conheço bem
Quando a manhã amanhece."
"Zé, agasalha-te bem,
Que de frio, ao que parece,
Quem não se agasalha bem
Sofre muito e até perece..."
"Eu sei, Maria, eu sei bem,
É raro mas acontece.
E quem perece, meu bem,
Some-se e desaparece!..."
"É o que creio também,
Que em morrendo se falece.
Põe a samarra, meu bem,
Só por se o diabo as tece..."
"Sim, e as luvas também,
Que nunca as luvas esquece
Alguém como eu, a quem
Tanto o frio o arrefece..."
"Vai, Zé, que a noute lá vem,
Vai, que o dia se anoitece.
Tarda nada a minha mãe
Ainda aqui aparece..."
"Quem, dizes tu? Tua mãe?
Ui, como a noute arrefece!
Melhor que me vá, meu bem!
Depois mando um sms..."
(idém, quanto à cor e pela tecnologia utilizada)
Agora o resto...
Bartolomeu Pintaínho, freguesia de Algeroz, Vale Pouco
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Dizia-lhe a sua mãe,
Mas o grande magarefe
Ia em corpinho bem feito,
Não se interessava p’ra nada
De ir a apanhar no peito
Aquela aragem gelada,
Até que um dia apanhou
Uma grande pneumonia.
E só então se lembrou
Do que a mãe lhe dizia!...
Porque os jovens hoje em dia
Já não aprendem na escola
Os perigos da rebeldia,
De se armar em mariola.
**
Recordo sempre a Lólò
Estando a brincar no jardim
Os ternos pombos arrulham
E cacareja a galinha
E a certa altura a mamã
Puxando a gente uma guita
O pardal daninho aos cantos
Não aprendeu a cantar
E a língua se lhe desata
Regouga a sagaz raposa
E diz mamã e papá
Não andes só a correr
Desde então procurei ser melhor
Como os ratos e as doninhas
Era muda com certeza
Apenas sabe chiar
**
E é isto que a juventude
Não aprende actualmente
E por isso é que ela é rude,
Má e desobediente,
E é por isso que eu digo,
Eu cá nunca me atrapalho:
Se vêm marrar comigo
Vão nas horas do coalho!
Não admito ordinarices,
Atropelos na conduta,
Nem pistaró malandrices,
A nenhum filho da fruta,
A badameco nenhum
Que me venha arrotar postas,
De pescada nem d’atum!
É com’a da mãe às costas!
Os gajos hão-de aprender,
Os carões desses fedelhos,
A não virem cá fender
A paciência mais velhos:
Respeito p’la tua mãe!
Se ela diz, tu obedece:
Ó Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece
Joaquim Febra de Porco Preto, Azeitão
oh zé agasalha-te bem
olha que á noute arrefece
e na certeza porém
que uma pessoa adoece
oh zé atrapalha-te bem
molha na sopa o bigode
olha o matusalém
ainda é primo do herode
homessa quem é que lá vem
a arrastar os pés no chão
é a bruxa da tua mãe
e trás o balde e o esfregão
o esfregão quer me parecer
é p'ra to partir nas costelas
e o balde é p'ra meter
estas poesias fatelas.
Velmiro Azedo, Sonai do Douro
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Tapa as partes podengas
Pois pode surgir alguém.
Agasalha essas misérias
Que a ninguém interessa ber.
Ou julgas Zé qu’essas lérias
São simples fabas contadas?
Desengana-te infeliz,
E tapa-as bem tapadinhas,
Não bá homem crer-te Sá
E trocar os bês p’los vês.
Bês? Eu vem te disse,
À noute todos são povres,
Chega-te mais para aqui,
Qu’eu logo te aconchego.
Bem, bem prá minha sonaizinha
Que a estoupinha está conforme.
Chega a mim essas bergonhas, fogo!
Só p’ra mim tão bendedeiras,
Benha de lá um abanço,
Qu’esta volcinha agradece,
Oha que à noute arrefece
P’ra carago, cum continente!
Zé agasalha-te e bem,
Bem aqui prá minha veira,
Donde se abista a Riveira,
O ravelo e o velo Douro.
Desenvolsa e aprobeita,
Qu’eu não estou cá para sempre.
Já se me gelam as pernas
E nem explico mais o quê!
Jirubásio Carica de Sá, da Sé
oh ambíguas criaturas
porque choram os morcegos?
porque fritam as farturas?
porque tropeçam os cegos?
oh funestas e sinistras
porque piam as galinhas
se não chegam a ministras
nem com salvé rainhas?
oh vagamente confusas
sombras que se imiscuem
por entre as luzes difusas
das luzes que as descompõem
oh sombra do meu nariz
oh caixa do meu rapé
benfica no calhariz
que tens eléctrico ao pé
as bruxas porque salém
porque vão em desalinho
se é p'ra ir p'ra santarém
era pelo outro caminho
oh frasco do meu xarope
oh tosse do meu catarro
cavalo do meu galope
oh cinza do meu cigarro
oh lopes empresta o lápis
oh ilda apaga a luz
e aqui, também te digo que p'ra arranjar uma merda que rimasse com lápis, sem ser lápis...
arranhei-me todo, pior que subir dez andares com um piano ás costas, ou então como o outro com aquela cena da cruz!
oh zé tu agasalha-te mas é bem
qu'isto á noute arrefece muuuuito.
Jerutúlio da Silva Júlio, também da Sé
Dedicado ao meu grande amigo Jirubásio Carica de Sá
As palavras, meu amigo, são lixadas
Bem que lixam quem as quer fazer rimar
Rimas fáceis, só mesmo aquelas chachadas
Das que são em -ão, em -adas ou em -ar
E há algumas que, quando elas se imiscuem
Num poema, certo é que o descompõem.
É prendê-las, não deixar que elas actuem,
Dar-lhes logo co’a marreta, boing, boing, boing!
A pior das que conheço, ó Jirubásio,
É a que você já sabe… É isso, é – lápis.
Essa só em lhe espetando c’um balázio
E a dando em oferenda ao touro Ápis.
Já agora, descobri no outro dia,
Foi ali p’r’aqueles lados de Pontével
Que um vinho que lá tem a minha tia
Deixa nódoa, quando cai, que é indelével.
Pois, a falta de uma rima só a quem
Não faz poemas nunca lhe acontece.
E portanto, agasalha-te, ó Zé, bem
Porque à noute dizem eles que arrefece…
Empodendo Vou Pensar Nisso Mais Logo, Castelo de Pevide, concelho de Cascas
à saudosa memória do nosso querido académico e defunto Alberto Scheinswitzer
zé agasalha-te bem
olha que à noite arrefece
e o menino de sua mãe
malhas que o império tece
não foi assim que lerpou
mas podia bem ter sido
foi de um tiro que levou
que lhe saíu por um ouvido
caíu de costas no chão
coisa triste de se ver
e sem mexer um tendão
ali ficou a arrefecer
zé agasalha-te bem
que mais vale prevenir
o menino de sua mãe
também não a quis ouvir
e vê lá tu no que deu
achas que a ti te apetece
se não tens casaco leva o meu
olha que à noite arrefece
Mª. Brita e Rocha Ornamental, Beira Baixa de Cima, Amianto
Zé, agasalha-te bem,
olha que à noute arrefece
e ós despois não há quem
te ature, qu’eu não me esquece
duma vez que t’engripaste
e tiveste qu’ir à cama
o que tu me chateaste
durante toda a semana,
era café, era chá
era tudo a toda a hora,
e tinha que ser p’ra já
quando não era p’r’agora
e gemias e gritavas,
parecia qu’ias morrer,
chiça, que não me largavas
e eu com tanto p’ra fazer:
tinha os cães para tratar,
os ovos para apanhar,
um galo para matar,
p’ra se comer ao jantar,
isto em ar e sempre a andar,
e roupa para lavar,
e mais roupa p’ra secar,
as couves para regar,
e mais o pó p’ra limpar,
isto em ar, a acelerar,
os cães p’ra dar de comer,
uma sopa p’ra fazer,
uma roupa p’ra coser,
a casa para varrer,
isto em er, sempre a correr,
tinha as vacas p’ra mugir,
isto em ir, e sempre a abrir,
em or nada p’r’aqui pôr,
mas vejam lá o senhor,
doentinho, na caminha,
no quentinho, quietinho,
doía-lhe a cabecinha,
que lhe levasse um caldinho,
o que tu és, grande sonso,
é um grande mandrião,
e um grande marinconço,
como os homens sempre são,
que te ature a tua mãe,
que eu a mim não me apetece,
Zé, agasalha-te bem,
olha que à noute arrefece!!!
E vá lá, como dizem os franceses, glória aos vencedores, sopa aos vencidos, por esta semana, ficamos assim.
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Dizia-lhe a sua mãe,
Mas o grande magarefe
Ia em corpinho bem feito,
Não se interessava p’ra nada
De ir a apanhar no peito
Aquela aragem gelada,
Até que um dia apanhou
Uma grande pneumonia.
E só então se lembrou
Do que a mãe lhe dizia!...
Porque os jovens hoje em dia
Já não aprendem na escola
Os perigos da rebeldia,
De se armar em mariola.
**
Recordo sempre a Lólò
Estando a brincar no jardim
Os ternos pombos arrulham
E cacareja a galinha
E a certa altura a mamã
Puxando a gente uma guita
O pardal daninho aos cantos
Não aprendeu a cantar
E a língua se lhe desata
Regouga a sagaz raposa
E diz mamã e papá
Não andes só a correr
Desde então procurei ser melhor
Como os ratos e as doninhas
Era muda com certeza
Apenas sabe chiar
**
E é isto que a juventude
Não aprende actualmente
E por isso é que ela é rude,
Má e desobediente,
E é por isso que eu digo,
Eu cá nunca me atrapalho:
Se vêm marrar comigo
Vão nas horas do coalho!
Não admito ordinarices,
Atropelos na conduta,
Nem pistaró malandrices,
A nenhum filho da fruta,
A badameco nenhum
Que me venha arrotar postas,
De pescada nem d’atum!
É com’a da mãe às costas!
Os gajos hão-de aprender,
Os carões desses fedelhos,
A não virem cá fender
A paciência mais velhos:
Respeito p’la tua mãe!
Se ela diz, tu obedece:
Ó Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece
Joaquim Febra de Porco Preto, Azeitão
oh zé agasalha-te bem
olha que á noute arrefece
e na certeza porém
que uma pessoa adoece
oh zé atrapalha-te bem
molha na sopa o bigode
olha o matusalém
ainda é primo do herode
homessa quem é que lá vem
a arrastar os pés no chão
é a bruxa da tua mãe
e trás o balde e o esfregão
o esfregão quer me parecer
é p'ra to partir nas costelas
e o balde é p'ra meter
estas poesias fatelas.
Velmiro Azedo, Sonai do Douro
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Tapa as partes podengas
Pois pode surgir alguém.
Agasalha essas misérias
Que a ninguém interessa ber.
Ou julgas Zé qu’essas lérias
São simples fabas contadas?
Desengana-te infeliz,
E tapa-as bem tapadinhas,
Não bá homem crer-te Sá
E trocar os bês p’los vês.
Bês? Eu vem te disse,
À noute todos são povres,
Chega-te mais para aqui,
Qu’eu logo te aconchego.
Bem, bem prá minha sonaizinha
Que a estoupinha está conforme.
Chega a mim essas bergonhas, fogo!
Só p’ra mim tão bendedeiras,
Benha de lá um abanço,
Qu’esta volcinha agradece,
Oha que à noute arrefece
P’ra carago, cum continente!
Zé agasalha-te e bem,
Bem aqui prá minha veira,
Donde se abista a Riveira,
O ravelo e o velo Douro.
Desenvolsa e aprobeita,
Qu’eu não estou cá para sempre.
Já se me gelam as pernas
E nem explico mais o quê!
Jirubásio Carica de Sá, da Sé
oh ambíguas criaturas
porque choram os morcegos?
porque fritam as farturas?
porque tropeçam os cegos?
oh funestas e sinistras
porque piam as galinhas
se não chegam a ministras
nem com salvé rainhas?
oh vagamente confusas
sombras que se imiscuem
por entre as luzes difusas
das luzes que as descompõem
oh sombra do meu nariz
oh caixa do meu rapé
benfica no calhariz
que tens eléctrico ao pé
as bruxas porque salém
porque vão em desalinho
se é p'ra ir p'ra santarém
era pelo outro caminho
oh frasco do meu xarope
oh tosse do meu catarro
cavalo do meu galope
oh cinza do meu cigarro
oh lopes empresta o lápis
oh ilda apaga a luz
e aqui, também te digo que p'ra arranjar uma merda que rimasse com lápis, sem ser lápis...
arranhei-me todo, pior que subir dez andares com um piano ás costas, ou então como o outro com aquela cena da cruz!
oh zé tu agasalha-te mas é bem
qu'isto á noute arrefece muuuuito.
Jerutúlio da Silva Júlio, também da Sé
Dedicado ao meu grande amigo Jirubásio Carica de Sá
As palavras, meu amigo, são lixadas
Bem que lixam quem as quer fazer rimar
Rimas fáceis, só mesmo aquelas chachadas
Das que são em -ão, em -adas ou em -ar
E há algumas que, quando elas se imiscuem
Num poema, certo é que o descompõem.
É prendê-las, não deixar que elas actuem,
Dar-lhes logo co’a marreta, boing, boing, boing!
A pior das que conheço, ó Jirubásio,
É a que você já sabe… É isso, é – lápis.
Essa só em lhe espetando c’um balázio
E a dando em oferenda ao touro Ápis.
Já agora, descobri no outro dia,
Foi ali p’r’aqueles lados de Pontével
Que um vinho que lá tem a minha tia
Deixa nódoa, quando cai, que é indelével.
Pois, a falta de uma rima só a quem
Não faz poemas nunca lhe acontece.
E portanto, agasalha-te, ó Zé, bem
Porque à noute dizem eles que arrefece…
Empodendo Vou Pensar Nisso Mais Logo, Castelo de Pevide, concelho de Cascas
à saudosa memória do nosso querido académico e defunto Alberto Scheinswitzer
zé agasalha-te bem
olha que à noite arrefece
e o menino de sua mãe
malhas que o império tece
não foi assim que lerpou
mas podia bem ter sido
foi de um tiro que levou
que lhe saíu por um ouvido
caíu de costas no chão
coisa triste de se ver
e sem mexer um tendão
ali ficou a arrefecer
zé agasalha-te bem
que mais vale prevenir
o menino de sua mãe
também não a quis ouvir
e vê lá tu no que deu
achas que a ti te apetece
se não tens casaco leva o meu
olha que à noite arrefece
Mª. Brita e Rocha Ornamental, Beira Baixa de Cima, Amianto
Zé, agasalha-te bem,
olha que à noute arrefece
e ós despois não há quem
te ature, qu’eu não me esquece
duma vez que t’engripaste
e tiveste qu’ir à cama
o que tu me chateaste
durante toda a semana,
era café, era chá
era tudo a toda a hora,
e tinha que ser p’ra já
quando não era p’r’agora
e gemias e gritavas,
parecia qu’ias morrer,
chiça, que não me largavas
e eu com tanto p’ra fazer:
tinha os cães para tratar,
os ovos para apanhar,
um galo para matar,
p’ra se comer ao jantar,
isto em ar e sempre a andar,
e roupa para lavar,
e mais roupa p’ra secar,
as couves para regar,
e mais o pó p’ra limpar,
isto em ar, a acelerar,
os cães p’ra dar de comer,
uma sopa p’ra fazer,
uma roupa p’ra coser,
a casa para varrer,
isto em er, sempre a correr,
tinha as vacas p’ra mugir,
isto em ir, e sempre a abrir,
em or nada p’r’aqui pôr,
mas vejam lá o senhor,
doentinho, na caminha,
no quentinho, quietinho,
doía-lhe a cabecinha,
que lhe levasse um caldinho,
o que tu és, grande sonso,
é um grande mandrião,
e um grande marinconço,
como os homens sempre são,
que te ature a tua mãe,
que eu a mim não me apetece,
Zé, agasalha-te bem,
olha que à noute arrefece!!!
E vá lá, como dizem os franceses, glória aos vencedores, sopa aos vencidos, por esta semana, ficamos assim.
Agora, quanto ao prémio, amigos Zé e Angeolilo, não é que tenhamos aqui um problema... o que temos aqui é um facto. E o facto é que só temos um fato. E vocês são dois. Como é que vai ser, então? Perguntam vocês. Bela pergunta. Pensai nisso.
Já quanto à semana que vem e já que a temática da sopa já também por aqui passou...
(Haveis reparado na repetição do advérbio "já", três vezes, no período anterior?... Foi de propósito. É uma nova tendência de escrita que ando a inventar. A chamada escrita “jájájá”! Adiante…)
…Assoprai, que ainda está quente, este mote, que vos deixo:
(Haveis reparado na repetição do advérbio "já", três vezes, no período anterior?... Foi de propósito. É uma nova tendência de escrita que ando a inventar. A chamada escrita “jájájá”! Adiante…)
…Assoprai, que ainda está quente, este mote, que vos deixo:
Dás-me sopa, Juliana
e não queres que eu chor' isso?!...
e não queres que eu chor' isso?!...
Boa semana e até breve!
O próprio
Iam-me Esquecendo: O prémio é este extraordinário Kit de Sobrevivência à Base de Fumeiro e Salgadeira (foto abaixo) da Blécandeca, a prestigiada fabricante de pastéis de Tentúgal e berbequins p’ra furar pedra.
O próprio
Iam-me Esquecendo: O prémio é este extraordinário Kit de Sobrevivência à Base de Fumeiro e Salgadeira (foto abaixo) da Blécandeca, a prestigiada fabricante de pastéis de Tentúgal e berbequins p’ra furar pedra.
Só mais um I.E.: Quanto ao pão, comei broa, que marcha melhor com os enchidos!
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