Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
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Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece

Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.

Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...

Até lá, que deus vos cubra!

ena, c’um escafandro!

Olá amigos, é o professor Saraiva que aqui vos traz mais uma imagem inspiradora. A imagem de hoje, como podeis constatar, vem até bastante a propósito do mote desta semana de 29 de Maio a 5 de Junho, que, como decerto estarão recordados, é

O que é que bolachas, Maria,
Leite quente ou água fria?

De facto, c'um escafandro! é que se pode entrar pela água fria adentro, se bem que nem tanto adentrar o leite quente… E olhem que até, se calhar…

Mas enfim, tudo isso é filosofia e aqui é mais de poesia que se trata, de maneira que toca a rimar e a arrimar aqui a este marco de correio por acaso até bastante virtual as pilhas e pilhas de líricas contribuições, isso... E c’um escafandro! ou sem ele, o que é preciso na vida é colaborar e, como dizia o outro, nunca deixar de ir ao funeral dos nossos amigos, porque senão depois eles também não vêm ao nosso funeral…

Muitos cumprimentos deste que se subassina

Saraiva professor

10 comentários:

  1. Azeredo Fisga, de Alfeguibújero Sólidosábado, 30 maio, 2009

    Olá migos e senhor professor Saraiva igualmente. Chamo-me Azeredo Fisga e resido em Alfeguibújero Sólido, freguesia de Fradiguilhos Fáceis, há muito tempo. Junto envio a minha colaboração, por consequência e sem outro assunto. Obrigado.

    ... ... ... ... ... ...

    Com arroz, Jú, ou antes queres
    que esparguete de fininho?...
    Quero eu dizer, se preferes
    assim, assado, ou ancinho...

    Com ceição, ou sem a dita?,
    seja lá isso o que for...
    Com entrada tão catita,
    a saída 'inda é melhor!

    Papo seco, se não chove...
    Fome que ladra, não morda,
    que se não houver, come-se açorda.

    Acumula, o que o cu move.
    O que é que bolachas, Maria,
    leite quente, ou água fria?

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  2. o que é que bolachas, Maria,
    leite quente, ou água fria?
    e porque atarracahas, Manel,
    parafusos com um pincel?

    não é com pá de pedreiro,
    que cimentas a amizade.
    os bicos do fogareiro
    não picam na realidade.
    não fala a boca do forno.
    é muda como um anão,
    que sofra desse transtorno,
    dessa mesma condição.
    não ouve o canto da casa,
    ninguém, por muito que queira.
    o penico tem uma asa,
    quatro pernas a cadeira.
    ferve a cal com água fria.
    e a couve, logo ao nascer,
    no nome já anuncia
    o que já deixou de ser.
    por isso pôr-se a questão
    aos que estão é evidente
    que uns acham outros não
    mas para mim é indiferente
    e tu Maria, que bolachas,
    diz-me lá o que larachas...


    olá o meu nome é Adeus e Atébreve Tavares, resido em Vale dos Píncaros, distrito Controverso, concelho... se quereis um conselho, consultai um padre!
    até sempre

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  3. eu farelo e tu, farinhas?
    eu marmelo e tu, marmotas?
    não caroço o que graínhas
    não carolo o que carlotas

    se eu armário, tu gavetas.
    se eu alpino, tu alpistas.
    tudo o que digo, ampulhetas,
    ou então contorcionistas

    bem sei que só melancia
    às vezes quando te ervilhas
    com urtigas nas virilhas

    ou com um pano nas lentilhas
    o que é que bolachas, maria,
    encharcado em lente quente, ou água fria?

    olá, eu sou a Maria e este é um poema introspectivo e autobiográfico. refletece a luta interna que travo comigo própria a nível psicológico e emocional.a antiga angústia que me dá antes de jantar. a insustentável levedura da cerveja.
    bem hajam
    resguardos a todos

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  4. António Vagamente C.M.terça-feira, 02 junho, 2009

    pinga da goteira dos telhados
    do gume acerado das facas
    escorre das paredes cobertas de musgo velho
    infiltra-se por entre as pedras que cobrem o leito esventrado da ribeira seca
    alastra como uma nódoa pelo chão de laje negra
    viscoso e translúcido
    brilhante e fluído
    sinistro e mudo
    nenhum bicarbonato há-de algum dia diluir-se no seu líquido apetite
    na sua voraz metafísica
    nem sal que se derreta
    açúcar que se dissolva
    agriões que nele cresçam
    manjerico que aí medre
    mete-se nos ossos como a humidade nos bolsos
    cai do céu como os caramelos vaquinha
    o que é bolachas Maria
    leite quente ou á gua fria?


    António Vagamente Confuso e Muito, aldeia da Gosma, conc. Capuz p'rós Olhos

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  5. Josefino Sortido, Cochabamba, Bolíviaquinta-feira, 04 junho, 2009

    Olá professor Saraiva,

    Pois, eu cá de poesia não tenho grande experiência, eu é mais farturas, porque trabalho numa feira bastante popular na Bolívia, a terra dos Bolos, onde estou emigrado há já alguns dias.

    O meu nome é Josefino Sortido, e actualmente resido em Cochabamba, que é onde é a tal feira…

    Muito obrigado pela oportunidade que me dá e boa sorte para o seu programa.

    O que é que bolachas, Maria,
    Leite quente ou água fria?

    Se escondes o que bolachas,
    Em chuingamosas larachas,
    Se tudo o que tu biscoitas,
    Guardas p’ra ti, não t’afoitas
    Fora dessas tarteletes
    Em que não te comprometes…
    O que pastelas, Maria,
    Eu não o pastelaria,
    Nata disso! Pois não vês
    P’lo amor de quem palmiês,
    Que se nunca te muffinas,
    Mais sofres, mais desatinas?

    O que é que bolachas, Maria,
    Leite quente ou água fria?

    Que donut a quem doer,
    Diz o que tens a dizer,
    Às mães, aos pais, aos avós,
    A filhas, filhas, filhós!
    Di-lo pães, di-lo de ló,
    Di-lo, mas não digas só,
    Tu passa logo às acções,
    Vai-te a esse coscorões
    E dá-lhes nas rabanadas
    Duas valentes palmadas!
    Bolinhos d’arroz, moleques,
    Co’a mania que são queques!

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  6. Pá Xecual de Melo, de Madra, Goasexta-feira, 05 junho, 2009

    oH c'um 'xcafander digo eu, pá, que todos os cães tem sorte, não querem lá ver... ainda bem que o porfesor se constipou porque assim eu tenho ocasião de mandar também a minha puesia e a ver se ganho o capacete. não é que eu tenha grande jeito para versos, mas vamos lá a ver, como também o mote é assim para o parvo, talvez me safe. até sempre, eu nome é Pá Xecual de Melo, mas podem chamar-me só Pá. Moro em Madra, Goa.
    Cá vai bife

    o que é que bolachas maria
    o que é que bolachas manel
    não te massa a aletria
    nem te assa a rapatel
    o que é que bolachas torrada
    ou preferes de raspão
    com manteiga e marmelada
    com margarina é que não
    que é que bolandas carlota
    a fazer ao pé coxinho
    já perdestes uma bota
    ou pisastes cócózinho
    que é que balbinas raimunda
    que é que eduardas tomé
    bem sei que me barafundas
    mas olha que não fricassé

    que é que bolachas maria
    que é que bolachas tozé
    leite quente ou água fria
    ou groselha ou capilé
    que é que bolachas vizinha
    que é que bolachas vizinho
    um pero vaz de caminha
    ou um pero zás no focinho


    ... eh pá desculpa tive de voltar atrás que tinha-me esquecido da chave
    xau

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  7. João Sebastião Ribeirão, Aizenaxe, Minas Muito Geraissábado, 06 junho, 2009

    Caro Professor Saraiva e cara Professora Maria Alice,

    Aproveito a ocasião que surge da vossa constipação para submeter à vossa douta consideração uns versos que me vão na alma e no coração. Chamo-me João Sebastião Ribeirão e, além de poeta, sou músico (um bocado barroco, por tal sinal…) e sou também proprietário de uma fábrica de cachaça clandestina, que é o que vai assegurando a sobrevivência dos meus, que isto hoje em dia a música e a poesia são chão que já deu cana-de-açúcar…

    Maria, que dar devia
    Calor à minha existência,
    E a deixava, ao invés, fria
    Com a sua cruel ausência,
    Maria não respondia
    Se lhe pedia anuência
    Se, em desespero, insistia
    Ignorava-me a insistência…

    “O que bolachas, Maria,
    Leite quente ou água fria?

    Dou-te tudo a ti, Maria,
    Dou-te a Terra e dou-te o Céu
    Tu nem sequer me bolotas,
    Que triste destino o meu!
    Dou-te poemas de amor
    Sobre como me incendeias
    Mas p’ra quê, se não bolinas?
    Eu nem creio que os boleias…

    Diz-me, vá, com quem bolandas
    Dir-te-ie quem boldriés...
    Mas comigo nunca é
    A mim dás-me é com os pés...
    Vou contar ao mundo inteiro
    Tudo bol’tim por tintim
    Maria, não me boliches,
    Porque me tratas assim?

    O que bolachas, Maria,
    Leite quente ou água fria?”

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  8. Maria A. A. M. Saraiva, Lisboa, Portugalsábado, 06 junho, 2009

    Olá Professor Saraiva,

    É muito natural que não creia em mim, porque o que eu vou dizer a seguir é, de facto, um pouco difícil de acreditar… Mas é a mais pura das verdades!

    Chamo-me Maria Alice Alcino Magalhães Saraiva, e sou natural de Lisboa, no Texas, onde os meus pais eram empregados de mesa de um bar com música ao vivo, mas cresci em Lisboa, Portugal, onde os meus pais depois, com o dinheiro das gorjetas que ganharam no Texas, abriram um bar com música ao vivo chamado Texas. Foi assim que me tornei cantora de música country.

    Ora um dos meus maiores êxitos é uma canção chamada precisamente “O que é que bolachas, Maria?”, cuja letra eu transcrevo a seguir. Não estou a dizer com isto que o Professor Saraiva tenha ido buscar à minha letra a ideia do mote para esta semana, porque tenho a certeza de que nunca ouviu a canção. Apesar de ser o meu maior êxito, de facto a canção só é conhecida no Japão, onde atingiu o nº 3 lugar na tabela de world music e creio que nunca se ouviu em nenhum outro lugar do mundo. De qualquer maneira, mesmo que tivesse ido buscar à minha cantiga inspiração para o mote desta semana, também não haveria nenhum problema, porque a lei diz claramente que “podem utilizar-se para mote de concursos literários do Momento de Poesia quaisquer excertos de poemas ou equiparados que não excedam 26 linhas”.

    Agora, fica à sua consideração, Professor Saraiva, aceitar ou não a concurso a minha canção, uma vez que já foi publicada antes. É que eu gostava muito de ter um escafandro assim, sabe?

    Beijinhos,

    Maria A. A. M. Saraiva

    Que é que bolachas, Maria?
    O que é que te apetecia?
    A frescura ou o calor?
    Com gordura ou sem sabor?
    Numa palavra, Maria,
    Leite quente ou água fria?

    O que galochas, Marina?
    Por chuva, vento e neblina?
    Onde é que pus o chapéu?
    Capuz ou cabeça ao léu?
    Numa palavra, Marina,
    O quispo ou a gabardina?

    Que é que cartolas, Marisa?
    O que te caracteriza?
    És mais prato ou mais travessa?
    Com mais tacto ou mais depressa?
    Numa palavra, Marisa,
    Mangas à cava ou camisa?

    Porque sereia, Marília?
    Se a quer destilar, destile-a!
    Melhor lombo com tomilho
    Que um rombo no tombadilho
    Numa palavra, Marília,
    Aguardente ou chá de tília?

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  9. Ernesto Picareta, Almoçagemesábado, 06 junho, 2009

    Ernesto Picareta é o meu nome e resolvi escrever isto.

    ?que é que bolachas, biscoito?...
    ?que é que farófias, faria?...
    ?que é que bolachas, triunfo?...
    ?que é que bolachas, maria?...

    ?águarrás,ou água pé?...
    ?aguardente?... quem diria!?...
    dois pinguinhos, no café,
    leite quente, ou água fria.


    e esta hem? gramarem?...

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  10. Chamo-me Alberta das Nove às Cinco e sou de Gancho, Levada dos Diabos, Portugaal, com dois ás.
    A poesia que mando não é minha, vinha num papel, que vinha a embrulhar um robalo, que comprei na rua, mas como -já viram a conscidência! - dava com o mote que vocês deram, aproveito p'rá mandar. Se der prémio, prometo que o dou à peixeira.
    Cá vai.

    que é que bolachas maria
    que mote tão farináceo
    que é que isolinas oh prima
    que gabardinas inácio

    que é que bolachas não faz
    sentido que se aproveite
    e depois aquela história
    da água fria e do leite

    vocês ás vezes, confessem
    não sabem o que inventar
    e lá vão buscar essas merdas
    p'rá gente depois rimar

    é leite quente e bolachas
    numa açorda do caneco
    mas isto não é poesia
    é só rimar pró boneco

    mas enfim não digo nada
    só mais isto e já me calo
    esta que mando foi roubada
    de um papel que vinha a embrulhar um robalo.

    se não serve manda fora
    ou então dá-a a um pobre
    que eu por mim vou já embora
    atum tenório salsicha nobre



    e pronto.

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