Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
CUSCUVILHAI! CUSCUVILHAI!... QUE NESTE BLOG QUASE TUDO SE PASSA NOS COMENTÁRIOS!
Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
ÚLTIMA HORA!
Em louvor e homenagem a todos os que sofreram na carne um acidente de motorizada, o mote desta semana de 8 a 15 de Maio é o que podeis ver em maiúsculas...
Já quanto ao prémio eleito, para vos facilitar o trabalho e aguçar a curiosidade, só vos digo que talvez não seja só as partes gagas, o que esconde o trapo, o que daquelas chagas pinga...
Experimentai carregar-lhe, por exemplo, nas partes gagas, mesmo!
(Para evitar perguntas parvas, o que está em jogo são as máscaras para a gripe dos porcos, não um fim de semana em Londres!)
Boa dia amigos e professor Saraiva também
ResponderEliminarNão tenho muito tempo, mas ainda assim, cá vai:
O corpo coberto de chagas
E um trapo nas partes gagas
Raio de mote que arranjaram
Faz-me lembrar o Jesus
Daquela vez que o pregaram
Em pelota numa cruz
E gostava de acrescentar
Ainda mais, mas não posso
Que tenho de ir lá dentro apagar
O fogão senão ainda lixo o almoço…
Alzira Francelina Perpétua Mágoa, Madragoa, Portugal
Exmos. Senhores,
ResponderEliminarComo poderão constatar, compus um poema muitíssimo subordinado ao mote por V. Exas. proposto, que, permitam-me o comentário, era tão cativante como apatetado (como a minha vizinha de baixo, por tal sinal…).
Fico então ansiosamente à espera da vossa deliberação no próximo dia 15, e despeço-me
Com os melhores cumprimentos
Julinho da Avenida
P.S.: E consegui escrever o poema todo sem utilizar a palavras cagas, hem?
O poeta despede-se da musa no seu leito de morte; leito dele, não da musa
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Pobre coitado de mim
Não me assopres que me apagas
Não me regues que me alagas
É a hora do meu fim
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Adeus, musa, que me vou
Não me apertes que me esmagas
Não me aboques que me tragas
Ai tão fraquinho que eu estou
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Alivia a minha dor
Toca duas ou três ragas
Conta duas ou três sagas
Passa-me aí o licor
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Vales-me tu, minha amiga
Com que doçura me afagas
Oh musa, que me embriagas
À força de jeropiga
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Rai's partam o meu azar
Sinto da morte as adagas
E à vida, rogo-lhe pragas
P’rò que me havia de dar…
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Adeus, pois, mundo cruel!
Será que no céu há vagas?
Diz que sim, mas que são pagas,
Não sei se tenho papel…
Fim (do poeta, a musa sobrevive)
Professor Saraiva,
ResponderEliminarTalvez não se lembre de mim, mas eu também não me lembro de si. Sei que foi há muito tempo, mas, como não lembro quando foi, não sei há quanto tempo terá sido. Sem dúvida.
Como diria Teócrito, mais vale assim.
Espero ter o prazer de mais uma oportunidade, nem que seja a próxima.
Melhores cumprimentos.
João Carlos, freguesia de Sousa, concelho de Fernandes
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Assim andamos p’lo mundo
Todos nós aos solavancos
Coisa feia de se ver
Nem sei como vos dizer
Num espectáculo imundo
Sem peúgas nos tamancos
Porque nós, amigos meus
Somos a imagem de Deus
Que é o filho do seu pai
Sem o ser da sua mãe
Chama-se esse Deus Jesus
E agonizou na cruz
Ou foi no monte Sinai
Ou então já não sei bem
E morreu p’ra nos salvar
Mas soube ressuscitar
E farto de confusão
Foi desta para melhor
Desde então, no céu, ao lado
De si próprio está sentado
A fazer meditação
E a dar-nos o seu amor
Porque ele agora é budista
E por mais que gente insista
E se prostre penitente
E lhe implore o seu perdão
Diz que não há bem nem mal
Que só o nada é que vale
E que temos presa a mente
No reino da ilusão
Ao pé dele, Maomé
Sentando a beber café
Com um cachimbo na mão
(Sabe Deus do que será)
Diz que podes crer, muediê
Quem não sabe e quem não vê
Nunca terá salvação
Ou então sim, tê-la-á (tê-la-á, tê-la-á…)
"Isto meditar dá fome",
Diz o Cristo que não come
Desde as onze da manhã
"Tu vem ou ficas aqui?"
E levantam-se e lá vão
A cantar uma canção
Do Gilbert O’Sulivan
Lonagué nétchurali.
E nós aqui, pelo mundo,
Num espectáculo imundo
Coisa feia de ser ver
Corpo coberto de chagas
Cá vamos aos solavancos
Sem peúgas nos tamancos
E, para ninguém as ver...
C’um pano nas partes gagas…
Ainda bem que escolheram este assunto, porque assim dá-me a oportunidade de mandar uma poesia a propósito de uma coisa que me anda a preocupar, de certa forma e muito ultimamente.
ResponderEliminarO meu nome é Arsénio Diluído em Água. Eu sei que é um nome estranho. De facto, não é muito comum, a preposição "em" no meio do nome de uma pessoa, mas foi assim que me registaram. Acho que o homem do registo, quando ouviu dizer Arsénio Diluído, terá exclamada: Hem?! e a minha mãe repetiu: Arsénio Diluído Água, só que o escrivão já tinha escrito o nome com o Hein do notário e tudo e depois acabou por ficar assim, porque já era hora de almoço e eles tinham de fechar.
Pronto, está explicado.
Agora boa sorte e boa continuação. Podia dizer onde moro, mas vocês não iam acreditar, ou então, pior ainda, punham-se a fazer trocadilhos manhosos, por isso, ficamos assim.
bom dia.
... ... ...
O atum não tem orelhas!
Gritava em desespero
O atum não tem orelhas!
Mas ninguém já queria ouvi-lo
Cambaleante pelas ruas
Corpo coberto de chagas
Despido nas partes nuas
E um trapo nas partes gagas
Lançando o lancinante
Uivo que assusta as velhas
O atum não tem orelhas!
O atum não tem orelhas!
Cerram-se já as portadas
Correm-se as trancas pesadas
Correm as almas-penadas
Assombrações, coisas vagas
A esconderem-se p’la’squinas…
Benzem-se as novas e as velhas
O atum não tem orelhas
Cozem-se os sapos nas celhas
E nas sombras os zanagas
Maldições pragas malinas
Cambaleante pelas ruas
Corpo coberto de chagas
Despido nas partes nuas
E um trapo nas partes gagas
O profeta iluminado
Das desgrenhadas gadelhas
Lança o uivo desesp’rado
O atum não tem orelhas!
O atum não tem orelhas!
Ora bem, nem é muito o meu género, que eu sou uma pessoa muito pragmática nestas coisas – um sapo é um sapo, um pão é um pão e um atum não tem orelhas. Mas pronto, vá lá, que uma vez não são vezes e a excepção fascina a régua.
ResponderEliminarA poesia que mando chama-se: “como não podia deixar de ser”.
Chamo-me Maria Pandilha e moro no ciberespaço, num T0 arrendado. Aquilo não é bem um T0! É assim, uma coisa no ar…
Não interessa! Peguem lá iscas!
Eu bem te tinha avisado
Mas és burro como o teu pai
Não vás p’r’aí de bicicleta
Olha que essa merda vai
Partir-se toda aos bocados
Que já é velha demais
Para andar por esses valados
Cheios de pedras e cardos
Buracos e ribanceiras
Ainda tropeças e cais
Vais de trombas às torneiras
Pois sim está bem está de gesso
Eu a falar para o boneco
E o boneco a pedalar
Com a fúria de um burgesso
E a pedalar p’ra caneco
Até levanta o cu no ar
Mas também te digo já
Escusas de vir para cá
Depois se tiveres azar
Mansinho a choramingar
A pedir sopas e festas
Dou-te é com um pau nas costas
Nem que me venhas aos tombos
Sem cabeça no meio dos ombros
O corpo coberto de chagas
E um trapo nas partes gagas
... … …
Está de xupeta, hein?!... Comigo é assim.
Professor Saraiva,
ResponderEliminarO senhor que tem tantos estudos explique-me lá uma coisa: naquela fotografia que você pôs por trás da outra foto da louraça, como é que o homem se pode chamar Xavier Cugat, se ele tem um cão na mão? Devia ser Xavier Cucão, ou não?
Anónimo Ortónimo da Fonseca e Costa, Vila Real de Orelhas, Santo António de Atum
Tem toda a razão, amigo Onofre, mas, que quer você?! também o Cristo Rei parece um sinaleiro de roupão e ninguém diz nada! É para que veja, a injustiça que para aí vai... A culpa é do Governo! Queixe-se à Protectora.
ResponderEliminarJá agora, essa terra onde você mora, fica onde? Isso é cá?!...
É sim, professor, é cá. Aí, não sei, mas cá é.
ResponderEliminarE tem razão, sabe? Eu também acho.
Olhe lá, queria mandar-lhe uma fotografia, para você publicar no dia dos meus anos, que é entre hoje e amanhã, mas como não posso mandar-lhe fotografias aqui nos comentários, vou-lhe mandar por email uma de mim a mais um rapaz meu amigo que é chinês da China duma vez que pescámos um atum deste tamanho assim.
Até mais ver muito obrigado.
oh amigo eufrates nem isto é o quando telefone toca nem eu me chamo joão bento vicente, homem, pá!
ResponderEliminarse você quer fotografias suas na internet, mande-as para a Interpol que eles tratam disso.
Mas, enfim, vou considerar o seu pedido, não pelas razões que invoca (se quer parabéns, peça-os à sua mãe!), mas por outras, mais de acordo com o que a casa gasta. Ou seja, a poesia. Fique por aí e mantenha-se atento.
até breve, amigo eugénio
Então, professor, é sim ou sopas? O professor disse que ia considerar, mas eu não vejo consideração nenhuma, nem por mim, nem pela minha mãe, nãe por mais ningãe, de maneira que só me dá é vontade de me virem as lágrimas aos olhos.
ResponderEliminarOra aí está onde o meu bom amigo cai no redondo vocábulo de uma cova aberta, ou, o mesmo é dizer num rotundo engano, numa rotunda do marquês. É precisamente tendo em consideração a consideração que lhe tenho, que não o mandei já pescar atuns com orelhas para a piscina dos Olivais. Se você ainda acredita em atuns com orelhas e não percebe, ou não quer perceber que aquela história da poesia e tal e coisa e coisa e tal era só uma forma educada e quase poética de o mandar catar pulgas de areia para o deserto de Gobi...então, fiquemos por aqui.
ResponderEliminarAmigo Ornelas, você cuide-se.
E parabéns. Quantos faz, já agora...?
Atuns com orelhas, ó professor? Mas quem é que falou de atuns com orelhas? Sabe o que é que eu sangacho? Você é que me saiu um bom petisco, seu cabeça de atum, você e mais quem lhe fez as orelhas! Mas alguém o tratou mal ou quê? Não querem lá ver!
ResponderEliminarPois também não será por aí, amigo Eusébio, que o meu amigo levará a vaca ao seu moinho.Essa táctica velha, que todos os criminologistas e até alguns veterinários forenses tão bem conhecem como a "c...r na ventoinha e dar de frosques" e que consiste, basicamente, em provocar a vítima lançando-lhe insídias e bolas de trapo, até que ela perca as estribeiras e a razão . Mas connosco, não. Amigo Armónio, connosco não. Acontece que a sua fotografia, a que você acabou mesmo por enviar por e-mail, chegou cá em tão perfeitas condições, que são perfeitamente visíveis as ridículas orelhas de porco que você e mais o seu amigo chinês colaram na chaputa. Que aquilo é uma chaputa. Já o seu amigo é tão chinês como as chinelas da minha tia. O homem é da Mouraria, que eu conheço-o. É da Mouraria, mas nasceu em Portimão e vive no Cacém. Esta é p'ra si.
ResponderEliminarMas só para encerrar a questão, se a ideia era que eu agora publicasse aqui a fotografia só para provar que não estou maluco... pois maluco deve estar quem lhe fez as orelhas à chaputa da fotografia, que eu, meninos, orelhas de porco, p'ra mim, só de vinagrete. Passar bem
Olá, o meu nome é Escanzelado Lopes de Freitas e resido actualmente na Bélgica, onde presido ao clube dos coleccionadores de cromos do Eddy Merckx. Acho graça à vossa ideia e desejo boa continuação. Espero ver-vos na Volta à França, até lá, aceitem a consideração e estimação deste compatriota que não esquece a terra , o saudoso Bombarral, berço de tantas glórias ciclistas... Um abraço.
ResponderEliminar... ... ... ... ... ... ...
Eu de chagas de repente
Só me consigo lembrar
Do marco chagas ciclista
Famoso no pedalar
Ao mais ao resto não sei
Se por baixo dos calções
Ele trazia algum trapo
A aconchegar qualquer coisa
Que a arte velocipédica
Tem certas subtilezas
Que nem a sabedoria védica
Lhe desfaz as incertezas
Das bicicletas ainda vá
Ainda me podem perguntar
Que ainda sei responder
Ainda me consigo safar
Campainhas e selims
Pipos rápidos e afins
Pneus e câmaras d’ar
Até rodas pedaleiras
Ou guiadores de corrida
P’ra pedalar cu no ar
E na gáspea na descida
Dá-me massa consistente
Ou se quiseres desperdícios
Que bicicletas confesso
Sempre foi um dos meus vícios
Agora se vens p’ra cá
Com metáforas ruins
Oh pá digo-te já
Podes vir que vais de patins!
Mala Pata, Mouraria, Purtugal! PURTUGAL!
ResponderEliminarEncontrei este sítio por acaso. O meu pai disse-me que devia contar e aproveitar. Não entendi, confesso. Mas vá-se lá saber porquê o velho prima em ter razão. Deixo um poema que relata acontecimentos que me aconteceram mesmo. É triste, mas é verdade. Sou um desgraçado, é o que é.
Ia eu p’larriba acima
Nuinho como um Jesus
Surgiu-me um bófia matreiro
“Alto lá, a ver qué isto?”
Virei-me todo enrascado
Pirilau cabeça ao vento
Derrapando o meu pezinho
Ai bom deus que lá fui eu.
Atordoado e semi-nu
Lá me dei conta de mim
Desgraçado e estropiado
Com chagas no corpo inteiro.
Espinhosa escarpa subi
A pulso e garra também
Cheguei ao cimo exarangue
Cheio de sangue…
Menos bem.
Lá surge o bófia apressado
Multando meu mau-olhado
Cuspi no chão e tossi
Agarrado aos meus tintins
Infeliz e mal-amado
Sem trapo nem partes gagas…
O que ia ser de mim?
Um desgraçado poeta
Que a isso me confinei
Não sei rimas, não sei nada
Todos se riem de mim.
Por fin, en buena hora encuentro un petit coin que me da placer conocer. Y el mote, por supuesto, muchísimo interesante. Vaya. Me dieran una ganas tan fuertes de publicar que, coño, no he podido aguantarme. Usted, profe Arsenio, me llena las medidas. ¡Manténgase!
ResponderEliminarDe lejos me llegan memorias
De esos tiempos juveniles
En los cuales, pelo al viento,
Me sentía garañón
Montado en mi Gilera.
Buscando placeres y mujeres
Dos vueltas al mondo me dé.
Por caminos tan ajenos
Sin saber el provenir
Encuentre a la Rosita
En tierras de mi mamá.
La llevé en mi Gilera, noches y noches sin fin,
Hasta que ella, cansada,
Agotada y sin su norte,
Sin sostiene o calcetín
Se revuelta y me golpea
¡Sin vergüenza!
Llenándome el cuerpo
llenadito de Pino Chagas.
“¡Cabrón!” me dijo gritando,
“Tus versos son una trampa,
Estampillas sin pegadura.
Si quieres montar la Gilera,
Hazlo en Extremadura”.
Me dé cuenta que rimaba
Pero que no me alegraba.
Le arranqué la sabana,
Le dejando a descubierto
Toda su malformación.
Qué sus formas, convengamos,
Eran tristes y muy feas.
Por supuesto la dejé
Sin trapo ni partes gagas
Quizás no me hice entender. Pero usted, tan erudito, por cierto me entenderá. Tengo más versos parecidos. A mi me encanta vuestro Luis Barbosa. Qué poeta…
Su Bernardino da Costa y Mendez, Don para los amigos, improperios para enemigos, Olivenza, luso-castellano, ya que mi madre fue anexada por mi padre
Olá, chamo-me Amílcar Chaves de Fendas e Porcas e pratico pesca submarina. Por isso mando a minha colaboração com todo o gosto.
ResponderEliminarEu, a minha morada, assim de momento, não me lembro, mas o código postal é o 326-6453, pode ser que ajude, já que se diz que é meio caminho. Fiquem na paz dos Reis
Diz Maria que me agarras
Que não me deixas cair
E se cair que me afagas
Até me pores a dormir
E se dormir que me acordas
Em sendo umas três e tal
Que me acalmas com açordas
Se me estiver a sentir mal
Diz-me Maria Maria
Diz-me Maria Manel
Achavas que eu não caía
Se me agarrasse ao pincel
Foi por isso dizes tu
Que levastes o escadote
Fazendo-me cair de cu
E com os costados no barrote
E levar com o balde em cima
E com três telhas na tola
Nunca mais vou à vindima
Só mexilhões à espanhola
Se é p’r’acabar neste estado
Mais vale ficar sentado
Corpo coberto de chagas
E um trapo nas partes gagas
Vejam só como fiquei
Quando na Maria me fiei
Oh amigo Amílcar, abaixe a cabeça que isto é para o camarada luso-castelão, que está aí por cima!
ResponderEliminarEntonces o Don Bernardino não quer que os correios o apanhem e não escreve o remetente na carta. Deve estar à espera que a gente ande ali por Olivença a chamar pelo Anónimo Bernardino, com duas máscaras de focinho de porco num saco plástico, armados em Cantinflas... Hombre, usted aguente sentado, pá, que se as máscaras não ganharem pezinhos, pelo Natal chegam a Vilar Formoso.
Do poema, tirei umas pelas outras, que foi o que você estava a ver se conseguia fazer à chavala antes de levar uma lamparina nas ventanas. E olhe, se quer saber a minha opinião, nessas merdas, só se perdem as que caem no chão.
Saúde e prosperidade.
Caro professor Saraiva,
ResponderEliminarLá que você é um grandessíssimo rabugento, isso ninguém lho tira, mas enfim, também não deixa de ser, infelizmente, um grande dinamizador da cultura ibérica e é nesse sentido, ou na absoluta falta dele, que aqui lhe venho apresentar um poema dedicado conjuntamente ao dia de hoje que, não tarda nem uma horinha, já será o de amanhã, passando, curiosamente, a ser o de ontem pela mesma ocasião..., dizia eu, pois então, que é um poema dedicado conjuntamente ao dia de hoje e à sanguinolenta temática que nos propõe esta semana. O poema é, como verá, de um lirismo confrangedor, tanto na mais pura acepção da palavra lirismo como na mais pura acepção da palavra confrangedor, mas nunca, por nunca ser, na mais pura acepção da palavra poema, qual o quê, e destina-se a ser cantado por um coro de tamanho razoável, se bem que nem sempre.
Pronto, é tudo. Quero só acrescentar que quem me deu a conhecer esta coisa que você aqui tem foi o meu avô Alberto, que é choné.
Seu
Zé Luís Scheinswitzer, Cova da Mourém, Cantada do Cunhesser
Parte I, sobre melodia popular:
A treze de Maio
Na cova da Iria
Vou contar o caso
Que se deu um dia
Avé, avé,
César Augusto
És tu, ó Zé?
Que grande susto!
No alto daquela
Árv’re que ali ‘stá
‘Stá uma pessoa
A olhar para cá
Já vi, já vi,
Já vi, Maria,
Olha p’rò ar
E assobia
Parte II, sobre melodia extremamente improvável:
A treze de Maio
Onde é que ela Iria?
Apareceu brilhando
A dona Maria
Visão fulgurante
Nunca mais me esquece
Anéis de diamante
Como resplandece
Ó virgem benquista
Meu maior tesouro
Rubis, ametistas,
Pulseiras de ouro
Parte III, sobre melodia de faz de conta que fado a correr:
O filho é um desgraçado
Corpo coberto de chagas
E um pano nas partes gagas
Dorme aí em qualquer lado
Domicílio, não no tem
E a senhora sua mãe
Que diz que há uma só
Vem tod’ela num primor
Só do bom e do melhor
Isto a mim mete-me dó
Mais vale ter uma avó
Do que uma progenitora
Que diz que é nossa, a senhora
Mas nossa não sei de quem
Faz-me mal ao o coração
Faz-me tamanha aflição
Nem me deixa dormir bem
Se ela fosse minha mãe
Essa desavergonhada
Era logo deserdada!!!
Parte I, repetição: à segunda vez é para o segundo andar…
Yahweh, Yahweh,
Ninguém sabia
Como é que é
que se dizia?
Parte IV: sobre melodia klezmer
Com 4 letras apenas
ips’lon agá dâbli’ agá
é das palavra pequenas
a mais indizível que há
Parte I, repetição outra vez, e fim, até que enfim…
Já vê, já vê,
Dona Maria,
A pé à cova
Eu não iria…
(versos alternativos:
De pés p'rá cova
eu não iria...)
Bernardino da Costa Y Mendez le pide perdón de, se por acaso, no supo comportarse.
ResponderEliminarLo lamento.
amigo, que no hay que pedir perdón coisa nenhuma. foi uma alegria do tamanho da própria Ibéria receber o seu contributo e com enorme prazer que o publicamos neste Momento...
ResponderEliminardo prémio, é como estava contando a usted, hombre... é só una question prática... está usted a imaginar aqui o seu humilde criado a passear por Olivença à procura de um Don bernardino? É que, sendo anónimo para efeitos postais, torna-se dificil mandar, se for caso disso, o prémio por Correio! Está o meu bom amigo a acompanhar o meu raciocínio?
Quanto ao resto... pois se a chavala lhe assentou duas estampilhas quando você lhe estava a querer violar a correspondência... pois olhe, também lhe digo, que não lhe dê cuidado - uma mulher que não aprecia a poesia, não merece, nem que lhe faltem ao respeito...
Saúde e prosperidade. Vá aparecendo.
Caro Professsor Alcino de Magalhães Saraiva,
ResponderEliminarNão me identifico pesssoalmente porque não é em nome pesssoal que aqui venho falar. É em nome dos muitos milhões de pesssoas que, por essse mundo fora, partilham a minha fé que agora a si me dirijo!!! O seu blog, caro professsor, é uma vergonha!!! Não que a ideia seja, por si, má, que o não é; mas em na lançando no ciberespaço, há que ter controlo sobre a situação e o senhor, professsor, é óbvio que o não tem: não tem mão nem na poesia nem nas mensagens que recebe (e era tão fácil, professsor, ligar a censura automática do blogger e só deixar passsar o que o senhor quisessse!!!); mas, pior do issso, não tem sobretudo na mão, perdão, não tem sobretudo mão na, assim é que é!!!, sua própria imaginação e tendência para o deboche e o ímpio desrespeito da fé e da religião!!! O seu blogue, senhor professsor, tornou-se uma das mais descaradas poucas-vergonhas que há na internet na pia língua de António Vieira e Anchieta; um antro de blasfémia e de pecado; e a provável perdição, professsor, de muitas almas ainda tenras a quem seduz facilmente o apelo à rebeldia contra os valores e as crenças instituídos!!! Por outras palavras, professsor, a auto-estrada sem portagem que os levará a altísssima velocidade direitinhos às profundezas do inferno!!!
Pelas chagas de Nossso Senhor, professsor, reveja a sua posição (se está sentado, levante-se, ou vice-versa!!!) e faça o que tem a fazer!!! Não permita mais partes gagas na poesia, professsor!!! Não faça da nossa Santa Fé o seu Hollywood!!! Professsor, por favor!!!
Oga santas tagdes, amigo anódino, também não é em meu nome pessoal, que lhe guespondo, poguisso, ficamos quites e não se mete mais na càgueta. Mas, quanto ao guesto, como tem passado? Tem, o amigo, pugue seu lado, tugno e vez estado à altuga da situação? Quego cgueg que sim, pugue nada em especial, simplesmente pogque quego cgueg. E o quegueg acgeditag em qualqueg coisa com uma fogça que só visto, a si que é homem de Fé, não deve sêg difícil imaginag a impegueção que faz! Gaita!
ResponderEliminarPugue falágue nisso, não se peguiocupe com as cguianças de alma sensível. A maiogue pagte delas, se continua a pegdegue tempo na intèguenet, em vez de estàgue a fazêgue os tgabalhos de casa...acabam todos uma corja de incultos e se calhague até ladgões.
Descanse em paz, padge Fgancisco!
Saúde e Pospeguidade!
Oi, isto é assim, uma pessoa vai-se contendo e não diz nada e deixa andar, a ver até onde é que a coisa vai. E , cá para mim, a coisa já está a ir longe demais! Isto aqui era para deixarem lá essas coisas do concurso dos versos e , vá lá, mais um recadito, ou outro, uma vez sem exemplo. Mas não! Vai-se a ver e já vai para aqui um granel de cartas para cá e recados para lá, que já parece um programa do António Sala (do saudoso António Sala...)!
ResponderEliminarVocês fazem ideia da trabalheira que é depois separar cartas para um lado e poemas para o lixo, ou vice-versa? Ahn?!... Bem me parecia. E sabem quem é a moura que vai ter de o fazer? Também me parecia.
Ora então... é atinar, ou acaba-se já com os jogos florais!
Caro professor Saraiva,
ResponderEliminarNão é exactamente uma peça a concurso, mas achei que era meu dever trazer aqui um texto que encontrei num velho manuscrito escrito à mão do século creio que quinze mais a julgar pelo seu estado de conservação do que propriamente pelo estado de conversação, ou seja, a ortografia, que de facto é mais grafia do que orto, se formos a ver bem.
Seja como for, achei notável a coincidência com o mote por si proposto. O autor é, como talvez possa calcular, completamente anónimo, o que eu já percebi que não lhe agrada; mas eu não, eu chamo-me António José Curador, de Museu, freguesia de Alenquer e sou Almeida de profissão.
O texto deve ser uma parte de um auto da Páscoa, portanto um auto móvel, como sempre a Páscoa é, e mantive a graphia, credo, grafia original
Corpo coberto de chágas
E um panno nas partes gágas
Ãdava elle polo mundo
E aquelles conqvem topava
Elle lógo aconselhava
Desta gvisa lhes dezia:
Deixade atrás mãi e pay
Segui-me irmons e oray
Sou Eo o vosso Senhor
Uinde a trás de mĩ na Terra
A paz é a nossa Guerra
A nossa arma o Amor
Uinde mas nom olvideis
Manta conque vos tapeis
Nom façais como eu, irmons
Nom sabeis o frio que rapo
Assĩ soo cum este trapo
Envolvendome os (ilegível esta parte do manuscrito)
Desculpe lá, Professor, queria só acrescentar uma coisa:
ResponderEliminarNote bem que, na primeira estrofe, o terceiro e o sexto verso não rimam. Por isso, na última, a parte que não se consegue ler no manuscrito não tem forçosamente de ser os colhões.
Olá senhor professor. Lamento que, ultimamente, o ambiente requintado e tranquilo, se bem que fervilhante e lúcido, se tenha agitado um pouco e entornado para o que o povo chama boçalmente, "bandalheira"!. Mas não tem mal. Envio a minha colaboração, na esperança de ainda ir a tempo. Agradecido e sem outro assunto, sou, para todos os efeitos e mais não digo, Ludovico Vaporubo, da Venteira.
ResponderEliminar... ... ... ... ... ... ...
O meu avô que deus tem
Um costume que ele tinha
Que ainda hoje lembro bem
Com nitidez miudinha
Era agarrar numa lata
Num escadote e num pincel
Vestir por cima uma bata
E um barrete de papel
E sair para o pomar
A sulfatar as maçãs
E punha-se a borrifar
Passava assim as manhãs
Num equilíbrio precário
Lá em cima pendurado
Oh avô Apolinário
Gritava-lhe eu em cuidado
Oh avô você um dia
Ainda lhe salta para a vista
Um pingo dessa porcaria
Eu não quero ser pessimista
Mas sulfato deve arder
Deve arder pode cegar
E ainda o faz perder
O equilíbrio e tombar
E olhe que um trambolhão
Ainda mais na sua idade
Só pára no meio do chão
Deve doer de verdade
Mas ele nunca me escutava
O meu avô que deus tem
Não me ouvia e borrifava
As maçãs e a mim também
E quanto mais eu falava
Mais ele gesticulava
E quanto mais eu dizia
Mais borrifos espargia
E com tal gana o fazia
Que como sempre há um dia
Em que um gajo se dá mal
E nem é preciso ser
Um bruxo para prever
Desta história o final
Um dia dos de mais vento
Lá estava na pêra rocha
Brandindo todo o talento
Na arte do sulfato e brocha
Mas eis que uma rabanada
Lhe abana a base precária
Onde se apoiava a escada
Já de si muito ordinária
Eu ainda disse oh avô
E pareceu-me ouvi-lo dizer
Depois de cair já lá vou
Se ainda me conseguir mexer
Mas a verdade é que não
Meu rico avô que deus tem
Estatelou-se no chão
Lixou-se e lixou-se bem
A minha avó quando o viu
Deu dois gritos e fugiu
Ao vê-lo naquele estado
Corpo coberto de chagas
E um trapo nas partes gagas
O meu avô bem amado
Lembranças!
Leonor Calçada, Ria Formosa, Segura aí a ver se eu deixo
ResponderEliminarCaro Profe, sinceramente, estou de acordo com aquele sujeito anónimo que falou em nome impessoal: isto está cá uma piroseira!!! Cá pra mim a culpa é das chagas, que as partes gagas até têm caché.
Se isto continua assim não sei se cá volto.
Não há pachorra. Apre!