Não interessa. Os poemas desta semana, é deixá-los aqui, que a Alicinha vai buscá-los depois.
Saúde e prosperidade.
Chispa-te Julião Fragoso, que me ia esquecendo...
O mote:
o que arde diz que sara
o que sara diz que cura
o que avança diz que pára
promete o que diz que jura
o que sara diz que cura
o que avança diz que pára
promete o que diz que jura
Bom dia confrades, o meu nome é Duarte de Cavalgar e Todacela, resido numa torre de marfim, no Barreiro, ao pé das bombas.
ResponderEliminarFixe.
o que arde diz que sara
o que sara diz que cura
o que avança diz que pára
promete o que diz que jura
julião era bombeiro
passava a vida a bombar
a bombar o dia inteiro
de manhã ‘té ao jantar
do jantar até à ceia
porque isto a vida ‘tá cara
p’r’acudir ao pé de meia
o que arde diz que sara
diz que sara diz que ajuda
que sempre é um aconchego
enquanto a sorte não muda
não havendo melhor emprego
diz a sara, a mulher dele,
que ele bem tenta e procura
e faz-lhe festas no cabelo
o que sara diz que cura
mas ela sabe também
do mundo as contradições
bomba um tipo e dá-lhe bem
e não vê compensações
e ninguém se chega à frente
não se vê quem dê a cara
se há quem repare na gente
o que avança diz que pára
para a pata que os pariu
é o que apetece dizer
às vezes ‘té desconfio
que p’ra isto se resolver
só arreando o escarcéu
como se fez com a ditadura
o primeiro era logo eu
promete o que diz que jura
Excelentíssimo senhor professor Alcino Magalhães Saraiva,
ResponderEliminarGostaria de começar por lhe dar os parabéns pela louvável iniciativa poética e jornalística que V.Exa. leva a cabo neste blog.
Permita-me seguidamente que apresente a minha humilde pessoa. Chamo-me Nélson Almirante Reis, nado e criado na Penha de França, sou tipógrafo de profissão e fadista de alma e coração.
Apresento a concurso um fado que eu glosei a partir do mote proposto por V.Exa., em que pretendo dar conta do profundo sentimento de saudade e sofrimento vago e doloroso de amor que ocupa a alma de qualquer fadista enquanto se faz à vida pelas vielas da mesma.
Muito obrigado, e até á próxima
Nélson
Eu cá nem faço por mal
São as cartadas da sorte:
Se dá a música à morte
Que é qu’ele espera afinal?
Afano-lhe o cabedal
E ele em nada repara
Só lhe faz bem, grand’arara
Qu’em ficando a arder agora
Logo a vida lhe melhora
O que arde diz que sara…
Quando a Sara se levanta
Como é doente, coitada
Dá-lhe uma sede malvada
Que lhe apoquenta a garganta
Mas ela não se ataranta
Vai um de três com mistura
Passa-lhe logo a secura
É barato e sem receita
Serve p’ra toda a maleita
O que Sara diz que cura
A história passa-se assim:
O gajo vem-me afanar
C’o fogante a ameaçar
E avança para mim
Tento evitar, mas enfim,
Como ele diz que dispara
Leva um estalo na cara
E o passo que deu em frente
Volta p’ra trás de repente
O que avança diz que pára
Não que eu seja vigarista
Até antes p’lo contrário
Mas se aparece um otário
Que me sorria e insista
Que o que ele quer é alpista
Dou-lhe aquilo que procura
Na sua alegre candura
Cá p’ra mim vai de popó
Até porque a gente só
Promete o que diz que jura
Bom dia, chamo-me Sura Cara Ammays Barata, sou luso-jordaniana, como se pode ver pelo meu nome, e nasci em Amã, mas vivo há muito tempo na Reboleira, e tenho um Doutoramento em Filologia Bastante Clássica, como espero que se note. Acho que, quando chegar à altura de atribuição do prémio, devem ter isso em conta. Isso e outra coisa: O poema que eu agora vos envio é todo em ara, porque há nele algo de sagrado como num altar; em era porque como todos os poemas, é de uma certa época; em ira, porque a poesia nunca deixa de estar impregnada de alguma raiva, nem que não se saiba contra quê…; em ora, porque é um poema muito actual; e em ura, porque, metaforicamente falando, um poema é sempre com uma larva que se nos insinua sob a pele.... Além disso, percorre o poema uma saudável sensualidade, acho eu…
ResponderEliminar«O que arde diz que sara,
o que sara diz que cura…
Ai, e a mim quem me dera
que houvera quem me sarara
com a sua tanta doçura
a ferida que dilacera
a minh’alma doce e pura!
Ó que fogo me devora,
me perturba, desampara,
me faz perder compostura!
Compreende-me a senhora?»,
perguntava à dona Sara
o senhor seu padre-cura.
«O que avança diz que pára,
promete o que diz que jura,
mas que se cuide a mentira,
porque pronto se declara
a quem a jura descura
da Deus a suprema ira
que castiga a impostura.
Quem só da boca p’ra fora
fala, melhor se calara!»,
diz a Dona Sara ao cura,
«Diga então e sem demora:
Promete que, se não pára,
Avança mesmo? Sim? Jura?»
Olá estava aqui a ver o jogo e resolvi concorrer até porque o jogo está uma merda e estes gajos já me começam a enervar. Chamo-me Américo do Sul e Ilhas e moro no Esparregado. Se quiserem, que eu ganhe deiam-me a bicicleta que eu vou aí buscar. Agradecido.
ResponderEliminarO QUE ARDE DIZ QUE SARA
A MINHA MÃO NA TUA CARA
O QUE SARA DIZ QUE CURA
PALHA SECA NÃO É VERDURA
O QUE AVANÇA DIZ QUE PÁRA
MAS QUEM PASSA NEM REPARA
PROMETE O QUE DIZ QUE JURA
MENTIROSA CRIATURA
E O QUE SARA DIZ QUE ARDE
ANTES CEDO QUE MAIS TARDE
O QUE CURA DIZ QUE SARA
SE NÃO FOR DOENÇA RARA
O QUE PÁRA DIZ QUE AVANÇA
LOGO À FRENTE VAI A PANÇA
DIZ QUE JURA O QUE PROMETE
CINCO VEZES DOZE DEZASSETE
O QUE ARDE JÁ ARDEU
DIZ A SARA E DIGO EU
O QUE CURA É O FUMEIRO
TRÁS O PÃO E MOLHA NO CHEIRO
E SE AVANÇA OU FICA ASSIM
QUEM JURA E FAZ O CONTRÁRIO
É UMA RAÇA P’RA MIM
QUE NEM MERECE COMENTÁRIO
poesia o espaço a fronteira do vazio eco do infame eu e a sombra alcino alcino quem és tu o blog nós a casa o silêncio o camartelo... tanto para falar e a boca cheia de palha
ResponderEliminarolá amigos o meu nome é Fácil Não Tenho e sou meio irmão de um mudo. a minha poesia já não sou eu...
encontrai-vos e não vos esqueceis onde ieis
A minha poesia chama-se "Gasóleo na noite escura"
... ... ...
josé antónio nunca disse
que não queria um pãozinho com manteiga
vacas á solta pastavam-lhe por entre os grelos cosidos do cabelo
tenho mais em que pensar - rugia entre favas
o meu quintal é o centro do universo
não me importa sol ou sombra
todos os vermes são filhos de deus
as minhocas é que são filhas da puta
e as formigas é outra conversa
quando o sol bate com os costados no zinco do telhado
amélia vem á janela e começa a dizer disparates
o que arde diz que sara
o que arde diz que sara
ninguém lhe liga e alguns jogam-lhe pedras e pevides
o que sara diz que cura o que sara diz que cura
cala-te cavalgadura
atiram-lhe em ferradura
a mulher do padre cura mais a coxa do Belmiro
uma velha meio louca
que lê a sina nas tripas
e nas cascas das santolas
e o que avança diz que pára
olha para trás e hesita
três gagos saem da esquina
a comer batata frita
a zanaga do Belmiro cospe no chão e tropeça
os gagos lançam suspiros até encher uma travessa
promete o que diz que jura
acendem-se as lamparinas
gasóleo na noite escura
O corredor em pedra
ResponderEliminarcomo um exemplo a seguir
do que ainda deve ser feito
e, diga-se desde já,
as condições necessárias
as condições necessárias
nas suas respectivas áreas
O que arde diz que sara
os losangos da placa central
num material ainda a definir
a sua intenção não é transformá-lo
fazer um piquenique com sardinhas
umas sombras e uns bancos
mesmo desmontáveis ou algo assim
mas não querem saber
O que sara diz que cura
não estiveram presentes
faltaram também os outros
e fizeram correr o sangue
ao longo da costa, desde a fronteira
será ainda possível estabelecer contacto?
responder em tempo útil?
não foi ontem possível apurar
O que avança diz que pára
de forma dissimulada,
burla qualificada,
explicou a filha da pianista,
com problemas semelhantes,
a impossibilidade de recomeçar do zero
premiado e traduzido
comparando-o a um líder mafioso
promete o que diz que jura
Mr.X
eu não tenho nada a ver co' isso, mas isto está a ficar uma casa de doidos. porra.
ResponderEliminarChamo-me Cardoso sou organista e compositor de música para bêbados. A letra que mando é dedicada à minha sobrinha que anda a estudar acordeon em Paris. Chama-se Laurinda não faças merda. Obrigado.
ResponderEliminaro que é doce não amarga
o que pica faz coceiras
Laurinda não faças merda
não arranhes as cadeiras
o que arde diz que sara
e não te digo mais nada
tu sabes bem do que falo
não te armes em distraída
o que vale é que as montanhas
não saem de onde estão
Laurinda não faças merda
aplica-te no acordeão
o que sara diz que cura
mete-me isto na cabeça
acredita que ainda acabas
um dia por me agradecer
e agora vamos lá
a falar de coisas sérias
Laurinda não faças merda
que já basta de misérias
o que avança diz que pára
só que este não parou
e mandou para o cemitério
a tua mãe e o teu avô
por isso vê lá se tu
atinas aí em França
Laurinda não faças merda
és a última esperança
promete o que diz que jura
esta frase é um mistério
mas faz uma criatura
perceber que o casó é sério
pronto, adeus e um beijinho para França, para a minha sobrinha. Moro no Ginjal.
o que arde diz que sara
ResponderEliminaro que sara diz que cura
o que avança diz que pára
promete o que diz que jura
o que arde diz que sara
deve ser a parvoíce
talvez mesmo a mais ignara
que alguma vez alguém disse
o que sara diz que cura
ora aí está outra vez
o que se me afigura
ser mais uma estupidez
avança o que diz que pára
eu aqui nem digo nada
já que é por demais clara
a palermice chapada
promete o que diz que jura
é a cereja no bolo
p'ra completar a figura
no caso figura de tolo
e se ela pagasse imposto
a parvoíce a granel
já tinhas quase que aposto
p'ra comprares um hotel.
Respeitos, o meu nome é Raspas e moro em Limão de Cima, Brisas Fescas, Geralmente.
Achei o mote esquisito, por isso é que escrevi, porque eu gosto de coisas esquisitas.
Chamo-me Jorge e espero ir a tempo, do Seixal, por muito que vá já atrasado. Eis aqui a poesia com que concorro ao concurso, e bem hajam!
ResponderEliminarO QUE ARDE,
sei dizer
que a gente o sente arder.
DIZ QUE SARA.
Há-de se ver...
Vá lá a gente saber
O QUE SARA
ou que não sara
ou em que é que a coisa pára…
DIZ QUE CURA.
Pode ser.
O que se sente é arder…
O QUE AVANÇA,
se é p’rà frente,
é uma coisa inteligente!
DIZ QUE PÁRA.
É p’ra ganhar
mais balanço p’ra avançar!
QUEM PROMETE,
a bem dizer,
só p’lo facto de o fazer,
DIZ QUE JURA
(sem contar
quem promete não jurar…).