Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
CUSCUVILHAI! CUSCUVILHAI!... QUE NESTE BLOG QUASE TUDO SE PASSA NOS COMENTÁRIOS!
Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece

Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.

Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...

Até lá, que deus vos cubra!

é com grande honra e maior prazer

Caras amigas e caros amigos,

É com grande honra e maior prazer que dou por oficialmente inaugurada esta enorme maratona lírica onde quem corre por gosto se não cansa.

Concordo que, para mensagem inaugural, não é lá grande mensagem, mas, grande ou pequena, o que importa é ser mensagem, porque sem mensagem não há comentários; e, sem comentários, não há onde depositar a vossa preciosa colaboração.

Com as mais cordiais saudações me subscrevo, como quem não quer a coisa.*

11 comentários:

  1. Caro professor Saraiva,

    é, pois, com o maior prazer que subordino ao seu mote esta pequena peça lírica, sem mais

    e atenciosamente

    Carlos Vinha
    ___________________________

    Mas não vês que essas pilhérias
    não me tiram de misérias
    a malvada que, vazia,
    se rebela em/com tracções,
    desesperos, diz, torções,
    desconforto, dispepsia,
    e por isso, se te resta
    palmo que seja de testa
    e três dedos de moral,
    hás-de ver que é crueldade
    essa tua alarvidade
    estando-m’eu a sentir mal
    de tanta que é a larica
    que uma pessoa até fica
    como eu nem sei‘xplicar
    uma coisa, uma aflição
    que só vista porque não
    dá para a gente contar
    mas tu contas anedotas,
    indiferente e nem notas
    (eu já nem sei que te diga…)
    que a gracinha da piada
    é pouca ou é quase nada
    – não me aconchega a barriga…

    ResponderEliminar
  2. Saudoso amigo e grande amigo, não sei se ainda estará recordado da minha pessoa, mas fui, durante décadas, um fiel seguidor do seu programa na rádio Budapeste. É em memória dessa grata recordação que tomo a liberdade de enviar à sua generosa consideração, este pequeno poema que escrevi subordinado ao apaixonante tema que o professor, tão brilhante mente, escolheu.
    Gratos e bom dia.


    Esta cozinha moderna
    Toda chique e toda fina
    Despreza a banha de porco
    Já não usa margarina
    Come quase tudo cru
    Que é dieta mais amiga
    Pode ser mas, sabes tu?,
    Não me aconchega a barriga

    ResponderEliminar
  3. meu caro amigo, não estou a ver a sua cara, mas a sua pronúncia denunciou-o! é o amigo Aguiar, da Beira! Acertei?... Sempre conseguiu resolver lá aquilo?...

    ResponderEliminar
  4. Ó porfessor Saraiva, atão mas você ainda é vivo e não dezia nada? Eh pá, você nem imagina a alegria que foi eu vir agora aqui encontrá-lo n’Anete! Ele há coisas dum caneco e é bem verdade. Eu andava para aí a ver dumas gaijas e não é que vou dar ao seu blogue? E eu que nem sabia nada de você desde o tempo em que a gente fazíamos telefonia na rádio os dois juntos, ó porfessor Saraiva, eu até pensava que você já tinha ido desta para melhor… Você está rijo, porfessor Saraiva? Espero bem que sim e, quando não, desejo-lhe as melhoras, sim? Eu também estou fino, muito obrigado.

    Eu não me quero adiantar agora muito devido ao adiantado da hora, mas quero só dizer que, além de ter sido para mim uma grande felicidade encontrá-lo ao fim de tantos anos, fico ainda mais feliz de ver que você se mantém empenhado na divulgação do enriquecimento cultural desta nossa já de si tão rica cultura poética nacional portuguesa. Assim é que é, porfessor Saraiva!

    Deixo-lhe aí em baixo o meu imeile, se você me quiser escrever, mas, se não quiser, também pode responder-me aqui nos comentários que eu agora vez em quando vou aqui passando, também me fica em caminho, não é muito esvio.

    Receba um abraço bem apartado deste grande amigo que aquase nunca o esquece,

    Manel José

    Imeile: maneljosé.lopes@gmail.com
    Correio normal de carteiro: Casalinho dos Pardais, número 16, junto à Fábrica da Pedra, Pero Punheiro

    ResponderEliminar
  5. Manuel José que alegria e que prazer ao mesmo tempo, digo eu, homem, pá!então e sempre conseguiu resolver lá aquilo? ainda no outro dia falei de si. estava a conversar com os botões do meu sonotone, quando disse em voz alta, que até o gato se assustou: como é que se chamava aquele camarada com quem eu tive a honra de trabalhar já não me lembro onde, aqui há uns anos?... a minha governanta até disse: não sei, senhor professor. veja lá você!...
    pois é como vê.
    apareça mais vezes e disponha sempre que queira. esta porta é uma janela aberta a todos e você é sempre uma visita muito especial.
    saúde, homem e agasalhe-se

    ResponderEliminar
  6. quantas vezes é que ainda
    precisas tu que te diga?...
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    não me aconchega a barriga
    irra irrga ga a issso

    ResponderEliminar
  7. o amigo Quitério, desculpe , mas, não acha que o conceptualismo pós industrial já deu o que tinha a dar?

    ResponderEliminar
  8. temos tertúlia! começamos bem. gosto disso, sim senhor. a eles por s. Mancos Mas Correm p'ra Caraças !

    ResponderEliminar
  9. Pequeno industrial da pedra em nome individual, Manuel José Lopes sempre foi um poeta, mesmo depois daquilo. Nasceu e sempre viveu na simpática e inóspita localidade de Pêro Pinheiro, no místico concelho de Sintra, depois das obras. Da poesia, defende que a verdadeira poesia anda no vento, como as moscas, mas que só a eternidade da pedra a poderá alguma vez consagrar. É o que faz, nas inscrições tumulares que cria no seu acanhado estaleiro a céu aberto de Pêro Pinheiro. É talvez o ar que sopra do lado das cavalariças do palácio da vila, ou dos suspiros da moira encantada, que anda de noite, bêbeda que nem uma porca, a cravar trocos na curva do Duche. Seja o que for, faz dele uma alma sensível e um exímio cultor das letras e escultor da pedra. Manuel José conheceu o professor Saraiva em circunstâncias peculiares. Peculiares e estranhas. Estranhas e curiosas. Curiosas e intrigantes. Intrigantes e fatídicas. Fatídicas e auspiciosas. Auspiciosas e improváveis. Improváveis mas indesmentíveis. Foi a um domingo. Depois… depois, foi até hoje.
    É por isso de toda a justiça e porque ficou evidente a cumplicidade entre as duas figuras, que se faça aqui um breve resumo da biografia e pensamento de Manuel José. Uma figura, sem dúvida. E que mais dizer, que não seja de menos?!... Se cada um é o que é… assim é Manuel José.

    ResponderEliminar
  10. Eu, conversa, vejo muita, agora poesia... Arregaçai mas é essas mangas e ao mote, por S. Judas Iscariote!

    ResponderEliminar
  11. Estendes-me a mão e o mundo treme.
    Hesita, como a gelatina royal.
    Suspende a emoção, a perna em éme,
    De maionese, ou mesmo de animal.

    Hesito eu também, perante o espanto
    Da generosa oferta singular
    Dois rabanetes crus, dizes portanto,
    É o que temos hoje p’ra jantar.

    Percebo a intenção, entendo o gesto,
    Acompanho o raciocínio e mais o resto…
    E mais do que isso, não sei que diga.

    Onde o podes meter, adivinha tu
    Que p’ra mim, rabanete cru
    Não me aconchega a barriga

    ResponderEliminar