Bem sei que sei que fujo ao mote proposto, mas tomo a liberdade de vos deixar aqui, em sentida homenagem ao Dia Mundial da Poesia, que hoje se celebra em todo o mundo, menos uma hora nos Açores, este singelo soneto, em forma de Ode à Musa Esquálida.
Oh musa, porque me tratas assim,
dessa forma tão cruel e desprezível ?!...
dás-me sopa, quando te peço pudim...
dia sim, dia sim, sempre irascível !
és capaz de me deixar na rua, ao frio,
como um cão, cheio de pulgas, sem calor...
Oh musa, quem te vê e quem te viu,
constata logo, que já não me tens amor.
Oh musa, não suporto mais, viver
na dúvida que vejo a acenar
na sombra desse teu riso escarninho.
que mal é que eu te fiz, queres-me dizer?!
isso é mesmo só vontade de embirrar,
ou será que pisei merda no caminho ?!...
Ó porfessor Saraiva, você em quanto mais vai para a idade, mais você lhe chega na poesia que é que nem um valente!
ResponderEliminarPassei agora por aqui a caminho de casa, venho agora do Bombarral lá visitar uma rapaziada amiga, e veja lá que lindo poema da sua autoria que eu venho aqui encontrar! Assim, sim, porfessor Saraiva, assim é que dá gosto a gente comemorarmos a Primavera e o dia mundial da poesia portuguesa nacional! Se isto ainda fosse no tempo de antigamente, lembra-se, ó porfessor Saraiva, quando a gente tínhamos aquele pograma de rádio na telefonia os dois juntos?, ainda era no tempo da Cergal, lembra-se, ó porfessor Saraiva?, bom, se ainda fosse nessa altura, com um poema assim, você recebia logo os três prémios máximos que a gente dávamos no nosso pograma, que era então a barra de sabão azul e branca, as penas de pato bravo e as folhinas de louro, porque a poesia quer-se assim mesmo, lavadinha, irreverente e especiosa, não é verdade, ó porfessor Saraiva?
Receba um grande abraço muita apartado deste seu discípulo e amigalhaço que não há dia que não se lembre de si - aquase...
Manel José
as folhinhas, Manel José, as folhinhas, não as folhinas... mas é verdade, caro amigo, são esses os símbolos maiores da poesia, até porque eram esses os símbolos que os Antigos usavam, para, respectivamente: lavar a roupa à mão; escrever, de mão lavada, a poesia e o mais que houvesse que escrever; e fazer chapéus de poeta, com que costumavam adornar-se os ditos poetas quando iam ao domingo à bola.
ResponderEliminarAcrescentada esta explicação que se impunha ao seu pertinente comentário, resta-me só despedir-me, a ver se até à próxima