Meus bons amigos, constato com regozijo selvagem que, esta semana, nem haveis dado pela falta do prémio! Só prova que a minha teoria estava certa e que a poesia é como as batatas. Crescem debaixo da terra e esborrachadas é bom com grão. Por isso quero congrãotulá-los e anunciar que, em reconhecimento e apreço da vossa atitude desinteressada e poética, esta semana e em última hora, vos digo que o prémio, que em consciência e com justiça, decidi, após reflectida meditação e aturada análise, atribuir ao poema eleito, passa a ser, a partir de agora e em conformidade... (eu sei que estou a dar seca!)
Vamos então ao que vos interessa...
O Prémio desta semana é um Queijo.
Um belo exemplar de Queijo da Ilha, que podeis repartir com a família e amigos e fazer uma festa, se alguém levar o pão e o vinho... Seja como for, é uma boa oportunidade para fomentar o gosto pela poesia e esquecer os males da vida. Que, como se sabe, comer queijo dá cabo da memória, com o tempo, a uma pessoa.
Ah, ah, ah, com que gosto me rio, caro Saraiva, que graça que, sinceramente, lhe acho. Um queijo, diz você, um queijo da ilha… Está boa, sim senhor! Imagine você o que é chegar eu do meu pacato retiro numa verdejante serra do Norte deste nosso país e vir dar assim de chofre, à entrada da sua cibernética moradia, com um queijo de um tamanhão daqueles… O gosto com que me rio, caro Saraiva, o gosto… Foi como se, num passe de magia, tivesse ficado curado daquelas entediantes semanas de vida saudável e prazenteira. Bem-haja por isso também, quanto mais não fora… Bom, é certo que foi como se fosse mas não foi, mas isso agora pouco importa.
ResponderEliminarO que conta, caro Saraiva, é a intenção, e as suas intenções, disso tenho eu a mais absoluta certeza, são as melhores, e são feitas dos mesmos inconfundíveis tijolos amarelos que ladrilham o caminho para o Hades, ou Hás-de, como parece que preferem dizer escrever certas estrelas da correcção ortográfica que, infelizmente, para bem ou para mal deste mundo que se vai de mal a cada vez pior ou vice-versa, certas estrelas do bem-escrever, dizia eu, que não há quem nas edite…
E a prova de que as suas intenções são as melhores é o queijo! Um queijo da ilha de um tamanhão daqueles, que cheira que tresanda pelo ciberespaço a fora, a vontade de rir com gosto que você me deu, caro Saraiva! É de proporções disparatadas, o queijinho, não há papo-seco que lhe sirva de divã.
Mas, se calhar, é melhor assim, não concorda comigo, caro Saraiva? Para meias tintas e meias lecas, queijinhos de palmo e meio, basta-nos o triste circular quotidiano… A poesia, essa, e os seus prémios têm de ser grandiosos como queijos de cortar à machadada, que é pela poesia e pelos seus prémios que em sonhos nos vamos… e onde, não me dirá? E a quem lhe disser que o preço a pagar pela ousadia de se atrever a essa audácia é um fedor proporcional às disparatadas proporções do lactifacto, responda-lhe, ora, caro Saraiva, como eu e o Faria, perdão, como eu o faria, que é bem pequeno esse preço se é só esse…
Eis o que eu penso, sinceramente, caro Saraiva. E você, que pensa você? Ah, ah, ah, que queijão, caro Saraiva, e que vontade de rir!
É tudo por hoje, meu amigo, ou quase, porque me falta só, para findar, apresentar-lhe os mais sinceros – e hoje risonhos, caro Saraiva, pelo queijo, ah, ah, ah – protestos da minha estima e consideração, ambas elevadíssimas.
Scheinswitzer
Raios me partam, como dizem os suavos. Oh amigo Scheinswitzer, com que então o queijo dá-lhe assim tanta vontade de rir. Calculo o que seria se o prémio fosse um casulo de formigas na ceroulas. Ninguém o segurava, nem às formigas. E, se calhar, nem você, às ceroulas. Mas gostei de saber de si e que está rijo que nem um queijo e fresco e são como um requeijão. Folgo muito. Folgo mesmo. Folgadamente.
ResponderEliminarVá-se mantendo por perto, homem, que é sempre um gosto e uma honra.
Saúde e prosperidade
deseja-lhe o seu
Alcino M.Saraiva (físico e pedagogo)
Fé de errata à espanhola do meu comentário anterior:
ResponderEliminaronde se lê
dizer escrever
deve ler-se
dizer e escrever
e, onde depois de corrigida a leitura, se ler
dizer e escrever
deverá ler-se
escrever e dizer
só para chatear...
Aproveito para lhe agradecer, caro Saraiva, a resposta pronta, e para retribuir os votos de saúde e prosperidade.
Até uma próxima oportunidade
Scheinswitzer
P. S.: Se houver mais gralhas, ficam como estão, que já chega de fé de erratas à espanhola.