oh admirável Mundo novo, que tão sublimes ovos pões!
Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
CUSCUVILHAI! CUSCUVILHAI!... QUE NESTE BLOG QUASE TUDO SE PASSA NOS COMENTÁRIOS!
Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
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Refocilam pelo meio do entulho
ResponderEliminarRasgam com as patas restos de carnes suspeitas
Avançam os narizes ensanguentados farejando a morte
Olham de soslaio as sombras que se arrastam famintas pelas esquinas da escuridão
Animais selvagens de uma bestialidade ainda desconhecida
Deixam atrás de si um rasto nauseabundo de pestilência e crime
Desconfiados mostram os dentes podres
Num esgar de ameaça que não esconde o medo que sentem
Arrastam-se contorcendo-se de dores insuportáveis
Os ventres incham-lhes em espasmos terríveis como se fossem dar à luz criaturas medonhas
Agacham-se no meio do lixo e abrem as pernas em poses obscenas
Olham-nos nos olhos com uma expressão aflita
O ar à volta gela o silêncio que nos envolve
Todo o tempo se cristaliza ameaçando rachar-se em dois
E eles, sem um grito, mas com um olhar suplicante, começam a cagar
Caixas de música e Títulos do Tesouro.
Oh admirável Mundo novo,
Que tão sublimes ovos pões
espero que esteja tudo bem
qualquer coisa apitem
abraços
do cajó
Ó porfessor Saraiva, você tem de me desculpar eu já não aparecer por aqui há tanto tempo, mas você nem sonha o porblema que eu tive, raios o partissem mais a quem inventou as pedras sejam lá elas de qualidade foram. Olhe, logo a seguir a eu sair daqui do seu blog da última vez que cá estive, então não é que me começam a dar umas dores nas cruzes que aquilo era de uma pessoa ganir, ó porfessor, pela minha saudinha que nunca tinha visto uma coisa assim! De maneira que quando eu cheguei a casa a minha patroa viu-me naquele estado e teve mesmo que ser, ligou para um rapaz meu amigo da Terruge que é bombeiro voluntário e pronto, fui de charola para o hospital. Quando o médico se me põe a olhar para uma radiografias aos rins que eles me tiraram – quer dizer, ó porfessor Saraiva, tiraram-me foi a radiografia, graças a Deus, que os rins ainda cá estão – e me começa a dizer que aquilo estava mau, aí é que é eu percebi que aquilo estava mau. Na explicação que ele me deu, aquilo eram umas pedras mármore que se tinham ali enquistado nos rins, de maneira que eram umas dores que você nem queira saber… Mas pronto, já me tiraram as pedras e agora já aqui estou outra vez fresquinho que nem um repuxo, já há bocado estive ali a dar-lhe com uma sandes de bife e uma Cergal, e a minha patroa também está boazinha graças a Deus e encomenda-se, de maneira que agora vou até casa a ver se janto, até mais loguinho.
ResponderEliminarManel José
P. S.: Agora também lhe digo, ó porfessor Saraiva, muita poesia catita você aqui tem recebido, raios o pisquem! Isto realmente está uma coisa digna de se ver, sim senhora!
Agora, outra coisa: Quem me escreveu uma cartita assim de fugida no outro dia foi aquele salafrário do Scheinswitzer, mas eu ao depois não lhe pude responder, porque foi na altura que eu fui operado, e a ver se lhe escrevo agora. Essa criatura por acaso não tem aparecido por aqui?
Quem eu encontrei também lá no hospital, que estava lá para ser operado à vesícula, foi um rapaz de Odivelas que foi meu capitão na tropa, veja lá há quanto tempo que a gente não nos víamos. Aquele moço era um pândego, também lhe digo, de cada vez que a gente lhe dávamos com uma pinga boa que eu trazia dum primo que eu tenho ali em Dois Portos, o homem só queria era que eu mandasse nele. “Manda lá em mim, pá”, dizia-me ele, “manda lá em mim!”. E eu dizia-lhe assim: “Ó meu capitão, como é que eu vou agora mandar em você, se você é que é capitão e eu sou praça?” Mas o gajo tinha embirrado para ali e pronto “Caraças, Manel José", punha-se ele a berrar, "tu mandas em mim e é já, ouviste?, que isto é uma ordem do teu capitão!” E pronto, eu lá tinha de mandar nele. Já viu isto, ó porfessor Saraiva?
Pois é amigo José, uma pedra no rim!?...a vida é assim! Mas olhe, sabe o que lhe digo, antes mármore que basalto, que é aonde os pombos cagam d’alto. E, tirando os rins, como vai o resto?
ResponderEliminarQuanto ao nosso comum amigo Alberto, não sei ao certo, se anda longe ou perto, mas considero que se encontre perfeitamente.
É curioso o amigo José invocar esse episódio que viveu durante o serviço militar. Como sabe eu nunca prestei esse serviço à Pátria, derivado à espondilose e também a alguns conhecimentos no ministério da Marinha. Eu não fui, mas a minha falecida e segunda esposa assentou praça em Tancos e contava muita vez de quando ficava de castigo ao fim de semana e o capitão lhe chegava ás 2 e 3 da manhã já bêbado e a acordava: oh Trafaria (ela era da Trafaria) vai-me estrelar dois ovos e estrela dois p’ra ti também e senta-te aqui a conversar um bocadinho… dizia ela que, nessas alturas, a única solução era ficar a comer ovos estrelados com o capitão e abrir mais uma garrafa de vinho. Coitada da minha Etelvina, que deus a tenha.
E olhe, gosto em vê-lo e disponha
Sempre por aqui a esta hora
Alcino M.Saraiva
aliás,
Prassissoalcino
Rogério Fotocópia, residente na freguesia dos Dois Lados, Nêspera Doida.
ResponderEliminarQueria saudar, primeiro que tudo e efusivamente, esta iniciativa e desejar aos seus autores e laboriosos obreiros todas as felicidades e bons auspícios.
Seguidamente, deixo-vos este poema da minha autoria, que, curiosamente, já tinha escrito há uns anos, visto que se trata de uma temática que sempre me preocupou e é, aliás, recorrente em toda a minha curta, porém despretensiosa, produção poética.
Considerações ao professor Saraiva e os meus respeitos à menina Alice.
Até breve.
Oh admirável Mundo novo,
Que tão sublimes ovos pões!
Pensava Deus, certo dia,
Sozinho com seus botões…
E o pensar fez-lhe fome.
Levantou-se e foi comer,
Mas sem deixar de pensar,
Enquanto punha a aquecer
Um caldo verde fresquinho,
Acabado de fazer.
Oh sublime caldo de couve.
Ouviu-se então a dizer.
E enquanto Deus comia,
Em silêncio, reflectia
Nesse pensamento atroz
E parece que sentia,
Lá por dentro, em rebeldia,
A tripa toda a dar nós.
Se nesse dia, a costela,
Que do Adão que dormia,
O futuro adivinhasse,
Melhor fora que a fritasse,
Com batatas a comesse,
Ou então, que a rifasse.
Ovos sublimes, à brava,
Pois não se está mesmo a ver…
Dizia, enquanto soprava
A sopa, p’r’àrrefecer…
Foi quando, de supetão
Uma ideia o fez sorrir.
Sublimes são, pois então,
Vou fritar dois, a seguir!
Rogério F.
Amigos, envio este soneto, na certeza porém.
ResponderEliminarPor consequência, desejo que façais a gentileza de o incluir na vossa gazeta poética, de que já sou leitor atento e entusiasmado.
Considero-me um auto-didacta e uma pessoa sem estudos. Talvez por isso nunca tive a oportunidade de fazer ouvir a minha voz além do exíguo espaço da minha sórdida mansarda, onde chove como na rua, eu é que sei... Mas não me queixo.
Só uma pergunta. O televisor liga-se onde? É que aqui, em Ganir dos Bois só temos corrente alterna.Ás vezes há, outras vezes, não.
Era só isto. Bom dia.
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Oh admirável mundo novo,
Que tão sublimes ovos pões.
Pode o mundo pôr um ovo?!
Essa é a questão das questões.
Que o cu do mundo, sabemos
Que fica fora de mão;
Se põe ovos… ignoremos,
Talvez possa, ou talvez não.
Mas no caso afirmativo
Se for essa a circunstância
Acho muito positivo
E fique já paralítico
Se lhe nego a importância
Ou me ouvem um par’cer crítico
Manuel Histórico, Ganir dos Bois, Portugal
Boa Páscoa a todos, menos aos borregos! Aproveito esta capacidade para acrescentar a minha, por minha vez, à vossa voz. É nesse contexto, que a seguir deixo, este pequeno texto.
ResponderEliminarChamo-me Manuel, o que, com o tempo, tive de admitir que é um perfeito disparate. De facto, para quê chamar-me, se já aqui estou?!... A vida é cheia de mistérios e pequenos absurdos. Mudo de assunto e não vos tomos mais tempo.
Resumidamente,
Manuel Fazquefunga e Tosse, vila de Atravessados na Cama, conc. de Mau Dormir.
Os ovos que pões e lanças
Neste mundo a rebolar
É uma pena não podermos
Fritá-los a gente ao jantar
São sublimes não duvido
Alguns são ovos-surpresa
Mas continuam sem ser
Coisa de comer á mesa
E para que serve então
Um ovo que não se come
P’ra que serve se a questão
Enfim, se o mal é fome
Admirável mundo novo
Maior fora a admiração
Se desse tal bendito ovo
Nascesse um galo capão
Que isso sim já se podia
dizer-se que a bem dizer
isso sim que já trazia
qualquer coisa de comer
um galo capão assado
no forno com batatinha
oh mundo novo obrigado
e cumprimentos à galinha
Até uma próxima, menos aos texugos.
Olá o meu nome é Xavier Lopes e agora não posso explicar mais nada. Tenho a consciência que o poema que mando não me saíu grande coisa, mas paciência. O que conta é a intenção, não é verdade?
ResponderEliminarFiquem bem e tenham saúde.
Convulsões e combustões
Extinções e reflexões
Demissões e convicções
Construções e corrupções
Congestões e decisões
Borrachões e cachações
Canastrões e comissões
Multidões e procissões
Privações e pavilhões
Pelotões e promoções
Propensões e precauções
Presunções e prestações
Podridões e erupções
Reclusões e refracções
Soluções e traduções
Restrições e tradições
Prevenções e perdições
Secreções e excreções
Tropeções e vibrações
Vocações e tentações
Sugestões e assombrações
Opressões e aparições
Omissões e exortações
Explorações e embirrações
Infiltrações nas canalizações
Oh admirável mundo novo
Que tão sublimes ovos pões
olá, o meu nome é Zen e gosto pouco de falar
ResponderEliminarpor isso mando um haiku
em maio canta a popa
pia o gaio
oh admirável mundo novo
que tão sublimes ovos pões
ficai em paz e aum a todos
Caro Professor Saraiva,
ResponderEliminarQueria aproveitar esta oportunidade para concorrer ao seu concurso de poesia subordinada a mote, mas a modéstia, se não mesmo a consciência dramática as minhas infelizmente limitações, impedem-me obviamente de concorrer ao primeiro lugar, pelo que esta candidatura que agora apresento é apenas ao segundo ou ao terceiro lugar, com a sua licença.
Melhores beijinhos,
Maria
Admirável mundo novo,
que sublimes ovos pões!
Sei que vendes cada ovo
a três por cinco tostões
e eu quase me comovo,
quase cedo às emoções,
mas depressa me demovo
de cair em sensações:
se é no molhado que chovo,
há-de haver ocasiões
mais enxutas, e então louvo
os lindos ovos que pões!
Ó mundo d’admirações!*
Que sublimes, oh, vos pondes
assinalados barões,
marqueses, duques e condes,
se comeis (o que eu aprovo!...),
os sublimes ovos, pois,
cujos louvores renovo.
Mas se os comeis dois a dois,
nas contas, p’lo que comprovo,
vão surgindo confusões,
que o preço de cada ovo
é três por cinco tostões…
Admirável mundo novo,
que sublimes ovos pões!
Grande poeta é o povo
e a Rosinha dos limões.
Sim! Admirável o mundo
dos sublimes ovos, pois,
mas não será que, no fundo,
está o carro antes dos bois?
Admirável mundo novo,
surgem-me interrogações…
A maior é cada ovo
ser três por cinco tostões…
Maria U. Q. Faria, da Trafaria
* verso alternativo: Ó mundo, d’Odemira sois
Caro Senhor Professor Doutor Alcino Magalhães Saraiva,
ResponderEliminarAchei por bem submeter à apreciação de V. Exa. um poema que compus com base no mote por si proposto, se bem, reconheço, trapaceando o que pude para o tornar mais digerível, liberdade essa, poética, que espero V. Exa. me perdoe, o que, se não for o caso, também não é caso para grandes preocupações ‒ pelo menos para mim, para V. Exa. não sei…
Despeço-me apresentando o meu melhor cumprimento
E votos de um rápido restabelecimento
Atenciosamento,
José S. Bento
N.B.: O meu apelido não é São Bento, note bem, o S. é uma abreviatura do apelido materno, que, por razões que não vêm aqui ao caso, tenho um certo pejo em revelar…
Mote:
Oh admirável mundo novo
Que tão sublimes ovos pões
I
No cabelo usa uma fita
e traz a cingir-lhe a cinta
um cinto cheio de pinta;
outra coisa bem catita
é a calça de veludo,
mas a blusa de cetim,
pelo menos para mim,
é que é o melhor de tudo,
e assim vai pela floresta
sem cuidados, bela e só,
vai visitar a avó,
e leva-lhe numa cesta
saborosos doces d’ovo
e um belo pão de ló…
Como vai fermosa! Oh
admirável mundo novo!
II
Na perna usa uma fita
que é sinal de realeza
e é altiva, sua alteza,
e sem dúvida acredita,
ser a galinha mais nobre,
mas desespera, coitada,
quando lhe é apresentada
outra que, de origem pobre,
é senhora de um tesouro
muito maior do que o dela.
É que os ovos que a singela
galinha põe… são de ouro!
“Ponho ovos aos milhões
mas sempre de pechisbeque…
E tu, caraças, como é que
tão sublimes ovos pões?”
Bom dia, apesar de tudo. É que eu era para ficar calado, mas depois pensei melhor e disse: não, Isidro Linguiça, tu não te podes calar, que isto já é palhaçada a mais. Em verdade, não sei o que será melhor. Ignorá-la, ou tratá-la desta forma aviltante, sujeitando-a a motes tão vis e desprezíveis, à Poesia...
ResponderEliminarSerá que as vossas mentalidades retorcidas e estéreis não conseguem alcançar patamares mais subtis e voláteis, como o que a Poesia exige e reclama. O Amor Eterno. O Canto das Aves nos Jardins de Psiche. A Glória dos Anjos , a Alegria dos Arroios, as Flores em Entrecampos,ou até mesmo, em versão épica e patriótica, a peruca do marquês de Pombal...!
Tinha que dizer isto, desculpem e passar bem.
Uma prancha de contraplacado
Encharcada em gasolina
Também tem o seu encanto
Uma poesia fina
E então se lhe chegarmos
Um fósforo amorfo a arder
É um regalo para a vista
É poesia a valer
Um espectáculo dantesco
Como se costuma dizer
E então se for um sapo
Com três pernas e zarolho
Vão dizer que motes parvos
Sou só eu que os escolho
Que vocês não não senhora
Só coisas muito importantes
Muito intelectuais
Só motes muito interessantes
Oh admirável mundo novo
Que tão sublimes ovos pões!...
Oh Isidro tira as calças
Que aqui podes entrar de calções…
Provisoriamente,
Isidro Linguiça