"a vida tem destas coisas e às vezes, vezes demais"
Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
CUSCUVILHAI! CUSCUVILHAI!... QUE NESTE BLOG QUASE TUDO SE PASSA NOS COMENTÁRIOS!
Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
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Sr. Magalhães,
ResponderEliminarTambém não tenho mais nada que fazer senão isto, de maneira que aqui vai, assim como assim, como você manda, muito obrigado, senhor professor.
A vida tem destas coisas
e às vezes, vezes demais
a gente finge que não,
que não ouve e que não vê
estas coisas que ela tem
e por vezes, os demais
‘inda começam com coisas,
que não sei quê, que é a vida…
Ainda nem haverá
cinco minutos que o mote
refulge no topo esquerdo
do saite que benza deus,
já m’erijo eu seu cantor
e se o faço em verso branco
é mais só por deixar clara
do discurso a limpidez…
Isso mesmo, a limpidez…
Nicolau Tarantino, Pris. Fed. de San Quentin, San Rafael, Califórnia...
O amigo Tarantino é vivo que nem um pepino! Como viu que, esta semana, premiei a novidade e o arrojo, vem-me logo com versos brancos e cal - perdão - versos brancos e tal...
ResponderEliminarTarantino! Tarantino! Tarantino põe-te fino!
Camaradas, aqui junto o meu contributo poético a esta animada entertela literatosa.
ResponderEliminarEspero sinceramente, que eu não sou de esperar sentado.
E agora, tenho de ir, que eles vêm aí!
Até à vista, camaradas!
...
A vida tem destas coisas
E às vezes vezes demais
Tem coisas que s’avariam
Que não querem não desenvolvem
Amarram a burra ao poste
E é o andas é o sais
Nem à base de porrada
Nem hoje nem nunca mais
Pois sim está bem oh marreco
Espera aí que já lá vais
Nem às boas nem com loas
Nem rachando-lhe nos dorsais
Um barrote 10 por 15
Ou uma tábua de solho
A vida tem destas coisas
E às vezes vezes demais
Manda-vos chispas p’ró olho
E é por isso que chorais
Sidónio Soldador
Chamo-me Benzidrina Isabel e é um prazer partilhar convosco este Momento.
ResponderEliminarO mote proposto esta semana levantou-me uma quantidade de dúvidas e alguns tacos do chão da sala, também . Dou disso conta, no poema que vos deixo.
Obrigado e até sempre.
...
Tem destas coisas, a vida,
Pois não havia de ter?!
Tem destas coisas e d’outras!
Pois, como havia de ser?
Que a verdade seja dita,
Sem receio ou fantasia,
Que a vida, no seu princípio,
É uma tripinha vazia,
Mas depois, no seguimento,
Vai de inchar, vai de crescer,
De juntar histórias macacas,
Para a gente se entreter,
Episódios, partes gagas,
Cantigas de adormecer
Tem destas coisas e muitas
Mais que me escuso a dizer
Coisas fixes e farsolas
E muitas que são p’ra esquecer
Peripécias, tropelias,
Benefícios, arrelias,
Idalécios, Isaías,
Panarícios, paralisias…
A vida tem destas coisas…
Mas de que coisas falais?!
Sedes por vezes confusos;
Às vezes, vezes demais.
Olá porfessor Saraiva, você está bom ou não quer dizer?
ResponderEliminarAgora é que eu percebi porque é que o Scheinswitzer anda tão desaparecido, o tipo foi para a terra e diz que se farta de trabalhar, mas o que ele se farta é de lhe dar nos púcaros de morangueiro, de maneira que assim é que a ciência avança, ó porfessor… Mas deixe estar, que eu também inda há bocadinho estive ali em Runa, lá com uma rapaziada amiga, e aquilo é que foi poesia, ó porfessor Saraiva, você nem queira saber!
Mas por acaso até nem é por causa disso que eu lhe estou a escrever, é mais por causa daquela televisão de plasma. Ó porfessor Saraiva, você também ir deitar aquilo fora é que não, se é para o outro que ganhou ir ver televisão para a tasca, você lembre-se que a tasca da D. Maria, que era aonde eu ia sempre beber a minha mine mais a minha sandes de bife, fechou agora por morte da proprietária. Deixaram lá um papel na porta a desejar boa continuação, mas eu nem sei se aquilo se calhar não se vai transformar num centro comercial, porque, se for, depois já sei, deixam se servir vinho do lote, é só do especial, e eu nunca fui nada dessas modernices. E você já sabe como é que eu sou, ó porfessor Saraiva, porque você lembre-se como é que era quando a gente trabalhávamos lá na rádio, eu a seguir à minha mine e mais à minha sandes de bife, tenho de aconchegar sempre a coisa com um do lote, ou dois, pronto, não interessa. De maneira que o melhor era eu comprar uma garrafita numa mercearia que eu tenho lá ao pé e fazia a festa em casa, só que precisava era da televisão, quando não, como agora a minha está estragada, fico ali feito parvo a olhar para quê, diga lá você? Peço-lhe então esse grande deferimento, ó porfessor, assim como assim, você também não quer aquilo para nada.
Receba um abraço bem apertado e estou a olhar para a frente para ouvir de si, que é como me costumam dizer uns clientes que eu tenho americanos quando me encomendam mármore lá para a terra deles. Tirando isso, estou melhor dos rins, muito obrigado.
Manel José
Senhor Magalhães,
ResponderEliminarNão se esteja a armar em bruxo, que eu não gosto lá muito de bruxos e por isso é que eu apanhei 12 aninhos, que o gajo tinha a mania que era bruxo e eu afinei. Mas enfim, o que eu lhe quero dizer com isto é que não vale a pena tentar descortinar no que vê escrito intenções do autor, porque (veja, por exemplo, Scheinswitzer, Alberto, Exegese e diurese: a obra da arte como coisa à parte. Lisboa: Edições Assim-Assim, 1972., página 1 e seguintes, até não haver mais) o poema desconhece o seu autor e as suas intenções, tal como as intenções do autor desconhecem tanto o autor como o poema, e assim por aí adiante.
Além de que o que você me está a chamar é oportunista e eu não posso senão aproveitar esta oportunidade para lhe dizer que acho bastante inoportuna a sua observação. Mas também, assim como assim, não tenho mais nada que fazer, de maneira que é como o outro. Juizinho, professor, veja lá se a Tina...
Nicolau Tarantino, Pris. Fed. de S. Quentin, San Rafael, Califórnia
Caro Sr. Saraiva,
ResponderEliminarVenho por este meio solicitar à direcção deste Momento diz que de Poesia se digne aceitar a minha modesta colaboração sujeita ao tema. Espero com ela contribuir de algum modo para isso.
Sem mais e atenciosamente sou, de V. Exa., salvo seja,
Ana Maria Neta
A vida tem destas coisas
Às vezes, vezes demais
Destas e outras que havia
Mas que agora não há mais
A vida tem desta coisas
Tem suspiros e tem ais
Tem soluços e azia
E outras coisas que tais
A vida tem desta coisas
Tem bestas e animais
E momentos de poesia
E então p’ra que vos ralais?
Deixai só rolar a vida
De patins pela avenida
Às vezes, vezes demais
Tem destas coisas a vida
A vida tem os seus quês
Uns de nove e outros não
Como vós e como eu
E como o Manel João
A vida tem os seus quês
Não há bela sem senão
Carnaval sem Ateneu
Sandes de ovo sem pão
A vida tem os seus quês
Palhaços no Coliseu
Bonecos na televisão
Não vos raleis, digo eu
E deixai rolar a vida
De patins pela avenida
Às vezes, vezes demais,
Tem os seus quês esta vida
Isto dizia-me um dia
A minha avó que Deus tem,
Uma terna Ana Maria
que era mãe da minha mãe.
Salut, rapaziada!!!, o meu nome é Antão, sou português, mas vivo em França, onde trabalho há 15 anos como taxista. Como a vida me tem corrido bem e consegui juntar umas coroas, resolvi tirar a carta de condução, p'ra não ter chatices com a gendarmaria. O problema é que, para isso, tenho de saber escrever e falar francês. Eu, falar ainda me desenrasco, agora escrever é que é o caraças. Por isso, aproveito p'ra treinar e mando um poema da minha autoria, todo escrito em francês. Espero que nos compreendam, a mim e ao poema.
ResponderEliminarEspero também que gostem e até uma próxima. À bien être!, como eles dizem aqui.
la vide y en a des choses
parfois parfois de trop
enfizémes et esquimoses
et mustaches á charlot
adeuzinho aí!
Caro Tarantino, não foi minha intenção ofendê-lo, ou insultá-lo. Mas não pude deixar de reparar na curiosa coincidência e, em conformidade, sublinhar a atrás citada. Trato-o com a deferência que a sua resposta merece e proporciona. Com a mesma educação o poderia mandar pentear macacos para a baía do Hudson, mas deve-lhe ficar fora de mão e fugia do assunto.
ResponderEliminarEssa, do autor não conhecer a obra e o vice-versa igualmente e as intenções que não conhecem ninguém... oh meu caro, de boas intenções está o Inferno assim!... de cheio. Do mais ao resto, também já vi gente que não conhece ninguém, mas esses têm prognóstico reservado e estão num manicómio.
Uma vez mais, fique bem e, quando sair de precária, cuidado com os carros, a atravessar a rua!
Oh meu grande amigo Manuel José, nem que eu lhe começasse a pedir desculpa hoje e só acabasse segunda-feira que vem, me poderia redimir de tão feia falta, que revela este meu atraso em responder à sua amável, se bem que simpática, carta.
ResponderEliminarE o meu bom amigo, como tem passado, que eu bem graças a deus?...
Fala-me do plasmazinho e percebo o seu ponto de vista. Que mais lhe poderei eu dizer?!... Percebo o seu ponto de vista. Mas, dá-se o caso de duas coisas: a primeira é que não tencionava mandar o aparelho fora. Antes pelo contrário. Tencionava mandá-lo, dentro de um caixote, para minha casa. Ora aí está! Aí, em minha casa. Já lá mora.
Quanto a si, tenho uma ideia melhor. Estique um lençol na parede da casa de jantar e peça à sua mulher, ou aos seus filhos que façam macacadas e sombras chinezas, enquanto você vira uns canecos. Acaba por ter melhor programa do que na televisão por satélite. Vai ver, homem! E depois, quando lhe der o sono, manda a família para a cama, embrulha-se na televisão e até pode ficar a dormia no sofá. Em grande, não?...
Também eu me despeço por agora, mas à francesa, que, como sabe, a minha educação é ainda à francesa, do tempo das invenções! Veja lá você! Das famosas invenções francesas! O general Peugeot, o Renault, o outro, o coxo, que não me lembra o nome…
Então lá vai, à francesa… Santé et …
Jusqu’à prochaine si pas avant!
Queridos amigos, posso não saber ainda para o que nasci, mas tenho a perfeita e clara consciência de que não nasci para isto. Outrossim e apesar disso, tomo a ousadia da iniciativa e envio um poema da minha autoria. Chama-se como não podia deixar de ser. Como não podia deixar de ser é o nome do poema. Eu chamo-me Carlota e sou de Sesimbra. Os mais chegados chamam-me a Lota de Sesimbra e eu acho graça, por causa do trocadilho, estão a ver?... É muito engraçado, não é?... Então fiquem com Deus e até pargo (ah! ah! esta inventei agora! em vez de dizer "até logo", disse "até pargo" ! estão a ver o trocadilho?)
ResponderEliminaroh porra e não é que, com a conversa, me esqueci de mandar o poema! cabeça de lula! (hoje estou imparável!)
ResponderEliminarA vida tem desta coisas
E ás vezes vezes demais
Sarapatel e açordas
Especiarias e sais
Da linha matérias gordas
Do ponto em que exclamais
Reticências penitências
Truculências bestiais
Tem a vida e tem havido
Ventanias temporais
Tais que já tem abrido
Até os telejornais
E outras coisas sem sentido
Que isto rimas é das tais
Coisas que vida tem tido
Que a vida tem destas coisas
E ás vezes vezes demais
É como o outro que diz
Vai lá dizer que já vais
Como a lenga-lenga se esticou um bocado, não me vou eu adiantar muito na conversa. Sou o Argolas e moro numa terra que não vem no mapa, mas tem internet sem fios. é o que vale. se fosse internet com fios, ou os pombos cagavam tudo, ou as mulheres aproveitavam para estender a roupa e ficávamos ainda mais isolados.
ResponderEliminarVamos à poesia...
Ouve lá, chega-te aqui.
Presta atenção, com cuidado,
Que aquilo que vou dizer
É um segredo bem guardado,
Desde tempos que nem sei
Há quanto tempo já foi,
Mas atenta ao que direi
E não me olhes com ar de boi.
Que a vida, vou-te dizer,
Na sua constituição
Tem coisas que podem ser,
Sem qualquer contradição,
Consideradas demais,
Em certas situações,
Entre as cujas ditas quais,
Citemos à revelia,
Aquelas, em que a pessoa
Já não tem psicologia,
Para dar despacho à coisa.
A coisa que a vida tem,
Que já se viu que são muitas,
Mas estas, que aqui nos trazem,
São as que, por já ser demais,
Se notam p’lo mal que fazem.
Que a vida tem destas coisas,
De que estávamos a falar,
Antes de me ter dado a fome
E parado p’ra almoçar.
Tem destas coisas pois tem,
Mas de barriguinha cheia,
Com elas podemos bem.
Ah mas diz ainda que às vezes
E que às vezes, vezes demais…
Pois então, se é só ás vezes,
Porque é que vos preocupais ?!...
Saúde e prosperidade!
Caro professor Saraiva,
ResponderEliminarSou um poeta autodidacta, se bem que mais auto do que didacta, derivado a trabalhar numa oficina de mecânico, e venho por este meio concorrer ao seu concurso. Gosto muito de poesia e o que eu mais queria na vida era ser poeta ou então funcionário público.
Despeço-me enviando,
Ventura, de Cacilhas
O que me faz confusão
C’um mote tão pertinente
Como este, é por que não
Haverá muito mais gente
Que arregace as mangas, zás,
E arremeta as mãos à massa,
Porque isto a vida, rapaz,
Se a gente lhe não der graça
Ela graça, por si só,
Ou pouca ou nenhuma tem,
E não dá ponto sem nó
A grande filha da mãe,
De maneira qu’é o diabo
P’ra a gente a levar direita,
‘Té porque, ao fim e ao cabo,
Chegando à hora da deita
Não vou pedir a Jesus
Iguarias de espantar,
Manjares daqueles de truz,
Com champanhe e caviar,
Groselhas e capilés…
O que eu peço é p’r’acordar
Com os dedinhos dos pés
A mexer, e chega bem
A quem não é exigente
Como chega bem também
Este mote pertinente:
A vida tem destas coisas,
Às vezes, vezes demais!
Tu vê lá onde é que poisas,
Se tropeças, ‘inda cais!
Oh Professor Saraiva, pá, a cena do garrafão d'ácido, como é? Sobrou algum que dispense, ou não. Porra, professor, a si, que falta faz? A malta aqui no Linhó tem que se entreter com alguma coisa. Terapia ocupacional e o caraças. Aquela cena da valorização profissional e novas oportunidades e quê...
ResponderEliminarAté já estava de pijama e chinelos, mas vá lá, ainda deixo aqui isto, antes de ir para a cama.
ResponderEliminarEra para ter participado já na semana passada, mas bateram-me à porta e fui ver quem era. Até hoje ainda não descobri.
Então a poesia...
batem leve levemente
claras doces em castelo
e eu já pus antigamente
brilhantina no cabelo
descalça vai para a fonte
uma velha a coxear
tropeça e cai da ponte
vai-se morrer a afogar
as armas e os barões assinalados
essa heróica corja de bandidos
ainda os hei-de ver mas é fechados
num aljube qualquer todos fodidos
eu quero amar amar perdidamente
que comigo é sempre assim eu perco tudo
ainda mais com dois copinhos de aguardente
até me esqueço qual era a rima p'ra este verso
e como era linda com seu ar namoradeiro
o padre Hipólito vestido de minhota
a gente ria e até dava-lhe dinheiro
que ele guardava no bolso com a mão canhota
deus quer o homem sonha e a obra nasce
mas quem carrega os baldes é o zé
há quem diga que a sorte na vida faz-se
há quem diga que na vida há que ter fé
que a vida tem destas coisas
e ás vezes vezes demais
agora vou-me deitar
e vós também? não descansais?...
Raimundo Rodrigues Ruas, casalinho da Saudade, Monte Ventoso, Alfafa Fútil. Portugal.
Sou uma pessoa do povo, rude e simples e sem estudos. Mas desde muito novo que gosto de versos e rimas. O meu pai costumava levar-me à romaria da Santa Fosca e lá mais para o meio da noite, quando já estava tudo bêbado em honra da santa, juntavam-se três ou quatro maduros amigos do meu pai, com ele à volta lá de um cepo, a jogar às moedas para o bagacinho e a fazer rimas ao desafio. Às vezes a coisa acabava mal, porque, já com os copos e quando falhava a inspiração para a resposta, havia quem arranjasse rimas porcas, que o outro, que também já estava grosso, não gostava e armava-se logo ali um arraial de porrada. Era giro. Agora já não, a malta diverte-se doutra maneira mais moderna.
ResponderEliminarMas isso não interessa. Já expliquei o meu gosto pelas rimas, agora vamos, antes de mais, ao que interessa...
E antes de mais, adeusinho!
que manda a boa educação,
Que se saúde o vizinho,
Quando começa a função.
Ora então, isso já está,
Vamos lá ao que nos trouxe,
Que também se resolve já.
Que na vida, todo o mal fosse…
Mas diz que não, que na vida
Há coisas mais complicadas,
Que requerem à partida
Soluções mais delicadas.
Há coisas e coisas, há
E coisas até mais não,
De levar um tipo à
Beirinha da depressão.
É o que dizem aí,
Com alguma convicção.
Há até quem disso faça
Mote p’ra rimas, vê só!
Não que tenha muita graça.
É até de meter dó.
Coisinha pobre, fracota,
Que não esconde a evidência,
Que se escondeu na casota,
A inspiração, em penitência.
Mas enfim, a gente nobre,
Como os poetas sempre são,
Mesmo com uma rima pobre,
Não desistem da função.
E dão-lhe com galhardia,
Cada qual e cada um
Agarrada à sua musa,
Ou uma garrafa de rum,
Que na vida, já sabemos,
Há coisas, tantas e tais,
Que cada um se embebeda
Com aquilo que gosta mais.
É o que tem bom, afinal,
A vida de que se fala…
Vai-se dizendo mal da dita
E bebe-se uns copos à pala.
Mas não fujamos ao tema,
Que é p’ra depois não dizerem:
Se era p’ra desatinarem,
Então por que é que concorreram? …
Ah, quereis mesmo saber?!
Quereis saber toda a verdade!?
Os pormenores escabrosos
A cruel realidade…
Pois então vou-vos dizer.
A vida tem destas coisas,
Não é pois o que se diz?...
E a quem tudo quer saber,
Às vezes, vezes demais,
Pois bem, nada se lhe diz.
o meu nome é Esdrúxulo Brócolo, sou descendente de italianos da Sicília, mas nasci em Portugal e sou actualmente industrial do ramo.