Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
CUSCUVILHAI! CUSCUVILHAI!... QUE NESTE BLOG QUASE TUDO SE PASSA NOS COMENTÁRIOS!
Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
dás-me sopa, Juliana e não queres que eu chor'isso...
Aqui fica a imagem inspiradora da semana, que ilustra a angústia implícita no mote e espelhada na expressão sofrida da criatura em epígrafe. Inspirai-vos, aplicai-vos e vacinai-vos. As poesias, deixai-as, no interim, na caixa que vem no fim. Sim?... (Senão, a Alice mata-me!)
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Olá, chamo-me João Carolo Fífias e sou hortaliceiro. A minha poesia é a propósito do mote que os senhores deram e diz assim.
ResponderEliminartu não me crepes suzete
não me rales a canela
não me batas em castelo
as claras da paciência
se não me chupas esparguete
não destapes a panela
que ele há mais mar que marmelo
e o amor é uma ciência
andas sempre entremeada
fazes de mim um banana
se toucinho ou nem por isso
p'ra ti é massa folhada
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
Então, adeuzinho e uma carcaça
diz o paio para o salame
ResponderEliminarolha ali o afiambrado
diz o paio queres que o chame
não deixa-o ir sossegado
diz o chispe á orelheira
já não me faz com feijão
se não cachaço a maneira
nem coentro a explicação
diz a couve pr'o repolho
eu cá sou uma cenoura
tenho um caracol num olho
não se nota muito embora
diz a guelra á barbatana
queres á posta ou ao postiço
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
ok malta era a minha poesia. chamo-me Armando Faísca e moro na Benda Nova, ao pé dos semáforos. actualmente estou desempregado. antes disso nunca trabalhei, por isso é que tenho tempo para estas cenas . gramarem?
mas porque é que neste blog não há poesias pequenas???
ResponderEliminardás-me sopa, juliana
ResponderEliminare não queres que eu chor'isso
sete dias por semana,
não é dieta é enguiço.
não é coisa que se faça,
acho eu, a uma pessoa.
mas tu és daquela raça...
tens a mania que és broa.
sei de quem, com tais bravatas,
houve um dia que lixou-se.
hás-de vir pedir batatas,
que te darei o arroz doce.
e pronto, o meu nome é Bandarilheiro Lopes, mas chamam-me Carlos, porque sou parecido com o príncipe de Gales, nas orelhas, mas moro cá. aprecio que gostem e agradeço que apreciem. até sempre e boa saúde.
Bom dia senhor Saraiva eu sou de Cinfães do Mouro e resido em Cinfães do Mouro, chamo-me Agradável Luis Rocha e Rijo e trabalho em caniços e palha seca. A poesia que envio é a minha forma de dizer que Cinfães do Mouro é uma localidade com muita palha e uma palavra a dizer.
ResponderEliminare é isto.
o que arde diz que sara
o que sara diz que cura
o que avança diz que pára
promete o que diz que jura
o que sobe diz que desce
o que é dulce não amarga
se não tens já não te cresce
cão que morde não deslarga
bate palmas a palmira
para abrir a porta à berta
aí está uma coisa gira
aí está uma coisa esperta
brincar com nomes de gajas
também tem sua piada
desde o momento em que ajas
de forma civilizada
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
era o mote da semana
já está e não se fala mais nisso
Caro Professor Saraiva,
ResponderEliminarEstou perfeitamente de acordo com o amigo eme (ou será amiga?) no que respeita à incompreensível ausência de poemas curtos neste espaço poético e, para colmatar essa falha, aqui lhe envio, sem mais, um poema precisamente assim mesmo como faltam mais, com os meus melhores cumprimentos,
Emecêdois Igualaé, Tarreneg’, Al-Madanaada
Dás-me sopa, Juliana,
E não queres que eu chor’isso?
Isso é tão impossível
Como eu manter-me impassível
Como um leão dormindo a sesta na savana
Se me dão cachaporrada no toutiço!
Muito bom dia, senhor Professor, aqui lhe envio uma pequena colaboração de Moçambique. Por razões que se prendem com a minha segurança pessoal, que o senhor professor nem imagina do que é capaz a Juliana (e eu nem quis parecer demasiado melodramático usando no poema uma rima como catana, cuja utilização não seria senão realista, não sei se me faço entender…), prefiro assinar com um pseudónimo, para ela não poder ter a certeza de que fui eu que escrevi isto. Quer dizer, ela propriamente acho que nunca leria o poema, porque ela não é dada a estas coisas de internet, mas tenho medo é que esse miúdo João lhe vá dizer, que o gajo é malandro mesmo…
ResponderEliminarMuitos cumprimentos
Elmano Laurentino
Dás-me sopa, Juliana,
E não queres que eu chor’isso?
Como és cruel, mamana,
Insensível, desumana,
Não te cria capaz disso…
Trouxe-te uma capulana,
Das mais caras do bazar
Tu não me dás nem banana,
E há mais de uma semana
Que não me queres falar!
Eu sei que esse grande safardana
Do João te foi dizer
Que me viu c’uma fulana.
É mentira do sacana,
Como é que tal podes crer?
Tu sabes que eu, Juliana,
Sou incapaz de traição.
A mulher com que o mufana
Me viu no xipanelana
Era a mãe do meu irmão!
Como és cruel, mamana,
Insensível, desumana,
Não te cria capaz disso…
Dás-me sopa, Juliana,
E não queres que eu chor’isso?
Paz e pão sem sal para todos , Bufa Mística é o meu nome actual enquanto viajante desta ilusão fantástica a que chamamos vida. Habito o meu corpo que mora em Curraleira, um acolhedor aglomerado populacional numa zona muito esotérica de Lisboa.
ResponderEliminarAcho o mote muito curioso e inspirador. Acabei de beber uma infusão de água fervida em água a ferver e saiu-me isto
juliana esbraceja
afogando-se na tigela
chora o chouriço
lágrimas no pão
a sopa arrefece
à velocidade de um cadáver
é uma coisa triste, mas a vida não é só galhofa
aum e fiquem bem
acho que o amigo ème tem razão e também estou como o outro - será menino, ou menina? que se lixe. poemas piquenos não é? então pega lá farófias
ResponderEliminardás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
p.ex. ou ibidém
sou pra ti s/ compromisso
mais pequeno que isto, só com sopa de pacote.
cuidem-se e comam sopa.
meu nome é Brás. Bacalhau Arménio Brás.
Olá, chamo-me Antónia Ene, sou do Ó, Liveira da Serra, e trago aqui uma poesia de forte carácter auto-referencial, uma mise en abîme, não é verdade?, que a minha avó diz que estava muito na moda no tempo dela. Quero também dizer que concordo plenamente que neste sítio tem havido muito a mania das grandezas e que, por isso, tem sido tudo maniacamente grande, até as poesias, de maneira que decidi contribuir eu também para amaneirar a coisa, no sentido de tornar tudo mais maneirinho. O meu obrigado também a todos vocês!
ResponderEliminar“Dás-me sopa, Juliana,
E não queres que eu chor’isso?”
O mote até é bacana,
a ver se o não desperdiço…
Mas, e uma ideia bonita?
Ah, tenho uma que promete:
“Não te fica bem a chita,
prefiro o crepe, Suzete”.
Não está mal, mas também não
está tão bem como podia…
E que tal “Esperei em vão,
que grande banho, Maria…”?
Desisto! Hoje é mau dia,
já vi que isto não dá mais…
Mas é bom, para a poesia
não ficar grande demais…
agora sim...
ResponderEliminarpoemas que dão para ler
e julianas para comer
sem muita palha e sem chor’isso
pra não dar cabo do tótisso
ai a minha espondilose
ResponderEliminarai os bicos de papagaio
se me der uma trombose
se me der o badagaio
se apanhar uma psicose
se me der a travadinha
ou então uma virose
ou uma febre daninha
daquela febre magana
que nos derrete o toutiço
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso.
Arménio Uma Vez Mais , Sesimbra
oh penas do meu amor
ResponderEliminargalinhas do meu pavor
grainhas do faz favor
não há faíscas que luzam
quando as mágoas não se cruzam
no patamar do desgosto
desde o nascer ao sol posto
grasnam gansos nos pomares
e corujas nos altares
ladram os cães da rabugem
caem telhas e ferrugem
das chaminés improváveis
abre a boca e fecha os olhos
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
havia de ser giro havia
José Manuel Bronco Comascasas, Bruxelas
sabes que sopa p'ra mim
ResponderEliminarderrete-me o coração
tremo que nem um pudim
fico assim sem explicação
dêem-me sopa se quereis
ver-me feliz e contente
nada melhor me dareis
do que um caldinho quente
fico logo sem defesa
qualquer um pode atacar
se me puserem na mesa
a malguinha a fumegar
e então se for de couve
com um feijão a enfeitar
aí até me comove
dá vontade de chorar
a verdade não engana
um porco espinho é um ouriço
dás-me sopa juliana
e não queres que eu chor'isso
Areópago Raimundo, Ouriceira