Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
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Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece
Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.
Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...
Até lá, que deus vos cubra!
o mote desta semana
de 6 a 13 de Junho é o seguinte
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece
Como vedes, é um mote sugestivo, ao mesmo tempo popular e erudito, ao mesmo tempo simples e complexo, ao mesmo tempo alegre e pesaroso, ao mesmo tempo isso e mais aquilo, e porque torna e porque deixa e patati e patatá, e também vem bastante a propósito da bonita imagem com que decoramos esta caixa de correio digital onde devereis depositar a vossa preciosa colaboração. Bem vedes, este espaço sem vós não é nada, ele depende de vós, vós sois este espaço, sim, vós soi-lo! Vós soi-lo! Vós soi-lo?
xispa-te zé carlos, que isto está cada vez mais xispeteó. com quentão oh zé manel agasalha-te bem, olha que à noite arrefece muito!.. e está aqui uma coisa esperta, como as orelhas de quem vos fez os bigodes. vocês andam a mangar com o povo, ou quê? ahn? eu já concorri a jogos florais, até no japão, onde é tudo gente doida e nem aí eu vi coisa mais estúpida que este concurso que vocês aqui têm, pá, chiça!
ResponderEliminarera só iso que eu queria dizer.
poesia, tenho aqui uma que não tem nada a ver. é uma coisa séria.
guardem-na aí para uma eventualidade.
apreciações e até qualquer dia.
eufrásio eustáquio eurico
tomásio trapézio tomé
gervásio batráquio penico
malásio malgache monhé
... ... ... ... ... ... ...
ponham os olhos nisto, pá!
Muito boa noite, professor Saraiva,
ResponderEliminarQuero, antes de mais, felicitá-lo por esta louvável iniciativa e dar-lhe os parabéns por este meritório esforço. Em seguida, proponho-me contribuir para ela e para ele (para e iniciativa e para o esforço, portanto), mas à minha maneira, é bom de ver. Na minha maneira de ver, é bom a poesia não se ficar por ser mero divertimento ou exercício estético, mas ser também um instrumento ético, uma forma de propagar a educação e a moral, e os bons costumes. Foi com essa intenção que escrevi o poema abaixo, com que espero ganhar pelo menos uma menção honrosa, muito obrigado.
A bem danação,
Muitos cumprimentos
Bartolomeu Pintaínho, freguesia de Algeroz, Vale Pouco
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Dizia-lhe a sua mãe,
Mas o grande magarefe
Ia em corpinho bem feito,
Não se interessava p’ra nada
De ir a apanhar no peito
Aquela aragem gelada,
Até que um dia apanhou
Uma grande pneumonia.
E só então se lembrou
Do que a mãe lhe dizia!...
Porque os jovens hoje em dia
Já não aprendem na escola
Os perigos da rebeldia,
De se armar em mariola.
**
Recordo sempre a Lólò
Estando a brincar no jardim
Os ternos pombos arrulham
E cacareja a galinha
E a certa altura a mamã
Puxando a gente uma guita
O pardal daninho aos cantos
Não aprendeu a cantar
E a língua se lhe desata
Regouga a sagaz raposa
E diz mamã e papá
Não andes só a correr
Desde então procurei ser melhor
Como os ratos e as doninhas
Era muda com certeza
Apenas sabe chiar
**
E é isto que a juventude
Não aprende actualmente
E por isso é que ela é rude,
Má e desobediente,
E é por isso que eu digo,
Eu cá nunca me atrapalho:
Se vêm marrar comigo
Vão nas horas do coalho!
Não admito ordinarices,
Atropelos na conduta,
Nem pistaró malandrices,
A nenhum filho da fruta,
A badameco nenhum
Que me venha arrotar postas,
De pescada nem d’atum!
É com’a da mãe às costas!
Os gajos hão-de aprender,
Os carões desses fedelhos,
A não virem cá fender
A paciência mais velhos:
Respeito p’la tua mãe!
Se ela diz, tu obedece:
Ó Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece
Olá amigos, acho que apanhei o espírito do vosso concurso. Vejam lá se não é isto...
ResponderEliminaroh zé agasalha-te bem
olha que á noute arrefece
e na certeza porém
que uma pessoa adoece
oh zé atrapalha-te bem
molha na sopa o bigode
olha o matusalém
ainda é primo do herode
homessa quem é que lá vem
a arrastar os pés no chão
é a bruxa da tua mãe
e trás o balde e o esfregão
o esfregão quer me parecer
é p'ra to partir nas costelas
e o balde é p'ra meter
estas poesias fatelas.
E então?...
O meu nome é Joaquim Febra de Porco Preto, moro em Azeitão, mas passo lá pouco tempo. O mais das vezes estou em Coimbra, menos ás quintas, que só me apanham em Mafra. Claro que ás terças, o mais certo é ter de passar o dia todo em Aljezur, mas isso, só se não me demorar em Bragança. è a vida. Muito pacata, como gosto.
Até sempre.
Augusto
Chamo-me Velmiro Azedo, e sou de Sonai do Douro.
ResponderEliminarPareceu-me que este sítio pode bir a ser muito rentábel. Sei que não sou um poeta, mas gosto muito de ber letras, principalmente quando há púvlico. Tá varato, além do mais. Aposto nele! Bou falar com o meu Paulo e sugerir-lho para ele clixar aqui! Cá bai:
Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Tapa as partes podengas
Pois pode surgir alguém.
Agasalha essas misérias
Que a ninguém interessa ber.
Ou julgas Zé qu’essas lérias
São simples fabas contadas?
Desengana-te infeliz,
E tapa-as bem tapadinhas,
Não bá homem crer-te Sá
E trocar os bês p’los vês.
Bês? Eu vem te disse,
À noute todos são povres,
Chega-te mais para aqui,
Qu’eu logo te aconchego.
Bem, bem prá minha sonaizinha
Que a estoupinha está conforme.
Chega a mim essas bergonhas, fogo!
Só p’ra mim tão bendedeiras,
Benha de lá um abanço,
Qu’esta volcinha agradece,
Oha que à noute arrefece
P’ra carago, cum continente!
Zé agasalha-te e bem,
Bem aqui prá minha veira,
Donde se abista a Riveira,
O ravelo e o velo Douro.
Desenvolsa e aprobeita,
Qu’eu não estou cá para sempre.
Já se me gelam as pernas
E nem explico mais o quê!
Velmiro Azedo, Sonai do Douro
Caro professor Saraiva,
ResponderEliminarVocê já não se lembra de mim, mas fomos os dois colegas no liceu, só que eu ficava sempre lá atrás, porque eu era muito envergonhado. Agora veja lá, envergonhado que era, nem por isso deixei de me tornar poeta, e um dos melhores, modéstia à parte, desta minha cidade de Elvas, onde sou médico da vista em Badajoz. Para lhe dar um exemplo da poesia que pratico, que é muito inspirada na poesia antiga mas com alguns elementos da modernidade actual, compus um poema erudito em verso popular subordinado ao mote que propõe.
E despeço-me com um cordial abraço,
Angeolilo Sim-Sim Cansado, Elvas
"Zé, agasalha-te bem,
Olha que à noute arrefece,
Só quero o teu bem, meu bem
Que em vindo escuro anoitece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem:
Quando vem frio arrefece.
Também te quero tão bem
Que tal bem nunca me esquece!"
"Tu foge ao frio da manhã,
Que quase sempre aparece
Quando aparece a manhã
Na altura em que amanhece."
"Sim, Maria, eu sei-o bem
e sabe que me conhece
quão bem eu conheço bem
quando a manhã amanhece."
"Zé, agasalha-te bem,
Que de frio, ao que parece,
Quem não se agasalha bem
Sofre muito e até perece..."
"Eu sei, Maria, eu sei bem,
É raro mas acontece.
E quem perece, meu bem,
Some-se e desaparece!..."
"É o que creio também,
que em morrendo se falece.
Põe a samarra, meu bem,
Só por se o diabo as tece..."
"Sim, e as luvas também,
Que nunca as luvas esquece
Alguém como eu, a quem
Tanto o frio o arrefece..."
"Vai, Zé, que a noute lá vem,
Vai, que o dia se anoitece
Tarda nada a minha mãe
Ainda aqui aparece..."
"Quem, dizes tu? Tua mãe?
Ui, como a noute arrefece!
Melhor que me vá, meu bem!
Depois mando um sms..."
Amigo Angeolilo, como me podia eu esquecer do meu amigo Angeolilo. Sim, sim , lembro-me especialmente da injustiça e na crueldade com que os colegas o tratavam e brincavam com o seu nome. "Oh Angeolilo, ainda tens daquilo?"... Lembra-se?
ResponderEliminarCom que então, estudou para médico?... E ainda por cima, da vista! Logo você, que se sentava na última fila, porque via mal ao perto...
O poema que manda, até lhe saíu bastante bem, apesar da diferença de hora.
Apareça mais vezes, homem. Mi casa es su casa!
oh zé agasalha-te bem
ResponderEliminarnão te armes em campeão
depois choras pela mãe
se apanhares uma constipação
olha que à noute arrefece
arrefece e cai geada
depois um tipo adoece
e já não presta p'ra nada
fica na cama a criar
musgo e fungos no cu
'tás-t'a ver nesse lugar?
diz-me lá, estás-te a ver, tu?
por isso p'ra prevenir
tu abafa-te a rigor
podes sempre depois despir
qualquer coisa se tiveres calor.
Olá, o meu nome é Zé e agasalho-me se me apetecer, só p'ra que se saiba, mas como isto é poesia, vá lá.
Resido em Águas Pútridas, concelho de Estagnados. Trabalho que nem um mouro, mas pagam-me em euros. É a vida.
E este queria receber em quê? dinares?
ResponderEliminarEle há cada uma. Que estucha!
Elevira Latas, La valeta