Como podeis ver, é de profunda reflexão e atilada filosofia, o mote, que esta semana vos proponho. Uma velha máxima dos sábios japoneses, com quem tive o privilégio de privar, durante a minha passagem por umas termas que lá havia.
Espero que a imagem junta vos inspire e estimule. Serve também para ilustrar o prémio que vos aguarda. Um magnífico conjunto de barbatanas e óculos de ver conchinchas em material aborrachado .
É também aqui que podeis deixar as vossas generosas colaborações. Poderia não ser, mas é.
Como dizia o mestre...
Espero que a imagem junta vos inspire e estimule. Serve também para ilustrar o prémio que vos aguarda. Um magnífico conjunto de barbatanas e óculos de ver conchinchas em material aborrachado .
É também aqui que podeis deixar as vossas generosas colaborações. Poderia não ser, mas é.
Como dizia o mestre...
"e há boas razões até
p'ra isto ser como é!"
e há boas razões até
ResponderEliminarp'ra isto ser como é.
e o mote tal como ele é
também faz parte
também é?
vai p'r'aqui já um salsifré
já estiveram na água pé
que não é com capilé
que se fica assim choné
podes crer por minha fé
que já vi muito banzé
á porta de muito café
muita maria muito zé
que mal se tinham de pé
e se lhe perguntavam como é
olhavam p'ra ti de vié
babando-se como um bébé
respondiam madié
e há boas razões até
p'ra isto ser como é
Luis Alberto Brego, de Caraças
Olá pá, eu pá chamo-me Zé Tó pá e sou de Xabregas, estás a ver.
ResponderEliminarGramava pá de concorrer pá, mas não sei se estou pá à altura, estás a ver.
Mas de qualquer maneira pá, acho que vou, mesmo assim pá, tentar a minha sorte, estás a ver.
O poema pá que mando estás a ver chama-se pá o mote que vocês deram, pá, estás a ver.
Ainda bem que me perguntas
Que assim eu explico-te já
No essencial estás a ver
O que mais importa pá
As regras essenciais
Que regem o funcionamento
Das coisas materiais
E as outras do pensamento
Apesar de parecerem
À primeira tão diversas
Acabam no fim por serem
Regidas sem mais conversas
De uma forma equiparada
E ambas ao cabo e ao fundo
Sujeitas à tabuada
Que acerta as contas do mundo
Essa lei universal
Que faz com que o agrião
Não nasça a um metro e tal
E cresça rentinho ao chão
A que faz com que as formigas
Andem em fila indiana
E aos beijinhos muito amigas
Até ao fim de semana
Anda cá que que isto é depressa
Não tem ciência nenhuma
Explica-se sem mais conversa
Já que a razão é só uma
Isto tudo que tu vês
Que anda no mundo e faz pó
Não tem porques, nem porquês
A razão é uma só
Ou se quiseres mais rigor
E de uma forma geral
Faço-te eu esse favor
E mudo já para o plural
Mas no fim vai dar ao mesmo
Não altera mesmo nada
Uma duas tudo a esmo
Tudo ao mesmo tudo ou nada
E há boas razões até
P’ra isto ser como é
Pá, gramei. E vocês? Fixe, estás a ver. Fiquem bem.
Olá amigos e alívios. Apresento-me Inóspito Salgado Seco, basáltico escultor de rimas dóricas e apreciador arrepiado da prótese lírica. Em minha opinião não há dúvida. Por isso acatei a minha própria decisão de enfardanar este momento de poesia com a minha prosa védica.
ResponderEliminarSolicitações e alface o que se passa é o seguinte.
Isto o caso é o seguinte
P’rà coisa ficar bem feita
Junta-se aí umas vinte
Laranjas de cor perfeita
Cortam-se ao meio depois
Com uma faquinha afiada
Cada uma aberta em dois
Espalhadas na bancada
De seguida vais buscar
Um jarrinho bem lavado
Coisa que dê p’ra levar
Um litro bem aviado
Pegas depois em metade
De uma laranja qualquer
E esprèmesea-la com vontade
Com toda a força que houver
E repetes em seguida
Esta mesma operação
Com cada uma partida
Com a tal faca do pão
Com cuidado no entanto
Se tiveres feridas na mão
que o sumo dela arde tanto
ou quase como o limão
mas o que importa não esqueças
o que é fundamental
é ir espremendo sem pressas
até à laranja final
E p’ra sacar mais suminho
Podes espetar um garfinho
E não te digo mais nada
Já sabes a laranjada
E se a queres beber fresquinha
Esperimenta por uma palhinha
E há boas razões até
P’ra isto ser como é
Fim
E pronto. Estimativas e melhoramentos para todos e até qualquer coisinha, ou um dia destes.
Nós somos um grupo de amigos que não se vê há muito tempo, por isso resolvemos mandar isto, que escrevemos em conjunto, como tudo o que fazemos, desde que não nos vemos.
ResponderEliminarChama-se, o nosso poema, olá estás bom.
diz-se sempre olá estás bom
quando a gente encontra alguém
e diz-se que é de bom tom
que o outro pergunte também
mesmo que esteja nas tintas
mesmo que esteja a cagar
mesmo que finja que minta
que nem te esteja a escutar
é um tique se quiseres
uma coisa já antiga
mas que te obriga a fazeres
sempre essa pose amiga
e um sorriso também
fica bem e a condizer
e se perguntares pela mãe
então nem queiras saber
não haverá quem te conteste
o vinte em diplomacia
o vintém?! foi o que disseste'!
oh valha-te a virgem maria
mas isto vinha à colação
da chamada educação
e há boas razões até
p'ra isto ser como é
ass.: Augusto, Arménio, Bartolomeu, Cardoso, Damas, Ernesto,Francelina(também é um gajo, mas enfim...),Gaspar,Hermínia(a fadista),Isidro,Jaime,Kikas,Lourenço,Malaquias,
Norberto,Odete,Paulina,Queirós,Renato,
Somosmuitos,Teodoro,Umbelina, Viriato,Xavier,Zorro(o palhaço do grupo)
vai primeiro a saudação
ResponderEliminarbom dia sou o Feijão
a seguir vamos ao tema
aqui vai o meu poema
pode haver incongruência
numa primeira impressão
a julgar pela aparência
pode dar a ilusão
que certas coisas não têm
razão nenhuma de ser
que estão a mais e só vêm
cá para nos aborrecer
coisas sem utilidade
coisas sem explicação
coisas que em boa verdade
não se engolem nem com pão
coisas que deixam no ar
a profunda interrogação
não sei o que foi o jantar
mas deram-lhe no carrascão
é que só assim se explica
por bezana do divino
porque é que a morte não estica
e o futuro é pequenino
mas não vou armar-me em esperto
deus é que sabe o que é certo
e há boas razões razões até
p'ra isto ser como é
e agora p'racabar
só me resta desejar
com sincera simpatia
saudinha e bom dia
(Lata/2009)
Olá, eu meu nome é Bifes e sou da Trafaria, ao sul do Tejo. Aqui mando a minha.
ResponderEliminarnão! eu não!
eu preciso de comer carne
preciso de comer bifes
sou de um raça que ainda come carne crua
os meus antepassados penteavam-se com ossos
saudavam-se com rugidos
eu preciso de rasgar com os dentes
enrolar com a língua
engolir os suculentos rojões da existência
sem pão nem poesia
e há boas razões até
p'ra isto ser como é
Graciosidades e até breves
Joaquim
tudo tem na vida um termo
ResponderEliminartudo tem na vida um fim
um propósito um sentido
tudo na vida é assim
como o rio que sempre corre
sem saber onde é a foz
mas tem por certo que morre
como um dia todos nós
tudo na vida se explica
nesta lei intransigente
ninguém fica p'ra semente
tudo marcha ninguém fica
e há boas razões até
p'ra isto ser como é
Bom dia, aqui é meia noite e eu chamo-me Cristina. Estou a escrever de um vão de escadas em Nova Iorque, mas não digam nada à minha mãe. O poema que mando, agradecia que mo devolvessem, depois de lerem, que é para eu mostrar aqui a um tipo que não acredita.
Obrigado e até sempre, Amália.
Caro professor Saraiva, escreve-lhe Manuel José Pedro Francisco, de Vira Nova d’Outrém. Sou empregado de escritório por natureza, revoltado por profissão e folclorista por passatempo, e fiz um poema em forma de vira, a ver se você gosta. Muito obrigado.
ResponderEliminarHá boas razões até
Podes mesmo crer, ó Zé,
Para um gajo armar banzé
P’ra deixar de ser otário
E virar tudo ao contrário
Há boas razões até
Podes mesmo crer, ó Zé,
P’rà bronca e p’rò salsifré
P’ra deixar de ser burgesso
Virar tudo do avesso
Há boas razões até
Podes mesmo crer, ó Zé,
Para fazer finca-pé
P’ra agarrar nesses sacanas
Virar tudo de pantanas
Há boas razões até
Podes mesmo crer, ó Zé,
P’rò murro e p’rò pontapé
Acabar co’ as macacadas
E virar tudo à estalada
Porque eu já ando virado
Com as coisas como elas são
Vire-me eu para que lado
Me virar, é uma aflição
É o vira c’um pé no ar
E o outro nem chega ao chão
Nós temos de nos virar
Porque não há mesmo razão
Olarilarilolé
P’ra isto ser como é
Este poema apareceu-me aqui na caixa de correio sem remetente, nem assinatura.E mais um mistério dos muitos que têm assombrado este Momento, ultimamente.
ResponderEliminarResolvi publicá-lo, outrossim, quanto mais não seja para provar a essa gentinha que o professor Saraiva nunca se agacha.
Há boas razões até
P’ra isto ser como é,
E é também o que dizia
O meu avô tão saudoso,
Homem de sabedoria
Apesar de já idoso,
E morreu feliz, coitado,
Rosadinho e anafado,
A comentar c’os botões
Do pijama que, no fundo,
Há sempre boas razões
P’ra ser como é mundo:
P’ra os gatos e outros felinos,
Terem, como os cães, caninos;
P’ra instantaneamente ser
Uma palavra comprida;
P’ra, da coisa por comer,
Nós dizermos que é comida;
P’ra em Díli haver gente
Nem por isso diligente
Para haver quem se desunhe
Na viola, cheio de garra,
Embora, de facto, empunhe
Nas unhas uma guitarra;
Razão há sempre, o que é
Que não se sabe qual é