Vem, a Poesia, eu vos conto, rastejando por entre o lixo, como um gato à procura de qualquer coisa...
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Isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece

Olá amigos, é o professor Saraiva quem vos fala! E, à primeira vista, isto pode parecer um concurso e é, de facto, com o que mais se parece, pelo menos, à primeira vista, no entanto, seria mais correcto compará-lo com outra coisa qualquer. Como de momento não me lembro o quê, chamemos-lhe um ponto de encontro de almas sensíveis e mentes abertas ao apelo da grande Arte Poética.

Ora, num contexto destes, pensar-se em prémios e gratificações é de uma mesquinhez inqualificável, de merdosa. Haveria de servir-vos de consolação e júbilo o serdes publicados neste espaço de tão requintado gosto e exigente gabarito, mas, já andamos nisto há muito tempo e sabemos do que a casa gasta, por isso é bem provável que vos ofereçamos uma qualquer lembrança, ou singelo regalo, como prémio e distinção...

Até lá, que deus vos cubra!
Ah! Ah! Agora apanhei-vos!
Pois é como vedes, apesar de irreconhecível até para mim próprio, a verdade é que sou eu mesmo. Claro que, fosse quem fosse, seria sempre eu mesmo. Mas, creio que me faço a mim próprio transparente, como dizia um velho amigo, que nunca mais vi, justamente por causa disso. De ser tão transparente. Não por ter deixado de ser ele próprio e se ter tornado ele mesmo noutra pessoa e agora não o reconhecer, por causa disso. 
Bom, mas pronto, como vedes, esta prolongada ausência deixou marcas na minha pessoa. Mas também na minha maneira de ver a vida. E, à minha sempre amada Poesia, juntei agora a Filosofia. 
Como sabeis, estive uma temporada vivendo junto de uma simpática comunidade que cultivava melões. E foi esse suculento convívio e as longas tardes passadas na imensidão dos campos, observando os melões a crescer, que me levaram a profundas e filosóficas reflexões. Aprende-se muito a ver um melão crescer, meus amigos. 
Seja como for e para não vos maçar demais, deixai só que abrevie e conclua que passei entretanto por um mosteiro budista para não fumadores e fiz alguns retiros espirituais em pacatos retiros de espirituosos.

Outra razão porque já aqui não vinha há muito tempo é que tinha perdido a chave disto.
Afinal estava nas outras calças.
Enfim, palhaçadas.

Quanto ao futuro e ao que poderá vir a passar-se de novo aqui...
Não faço ideia nenhuma, mas não é coisa que me preocupe.
Pior do que já foi, é difícil.

Há-de continuar a ser coisas deste jaez:

andastes a comer
cogumelos do pinhal
e não havias de querer
começares-t’a sentir mal

andastes a beber
cházinhos d’ervinha’stranhas
e agora andas a ver
bruxas e teias de aranhas


é a vida...
não a assustem.


3 comentários:

  1. G.L.Amoroso, concelho de Distritosábado, 19 outubro, 2013

    Bem vindo de volta a Portugal, em bicicleta, Professor Saraiva, e cheio de pedalada, já vi.

    Mas diga-me, como estamos de mote? Sim, que há muito quem esteja mesmo à rasquinha para lhe mandar poesias como o caneco.

    Com os meus melhores cumprimentos ou quase,

    G.L.

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  2. Caro estimado, o mote por hora é livre. o mote é a arma do povo. o mote é quando calha e a terra a quem a trabalha. enfim, se está à rasquinha como o caneco, mande o que quiser. agora, se está à rasquinha como um copo mais pequenino, mande só um soneto. se a aflição for mais género garrafão de 5 litros... homem, desenvolva!
    devolvo-lhe os cumprimentos, porque ainda não gastei os que me mandou da última vez

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